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terça-feira, 28 de junho de 2011

GONZAGÃO! FILHO DO SERTAO, MAJESTADE DO BAIÃO, 100 ANOS EM GLÓRIA!


GONZAGÃO! FILHO DO SERTAO, MAJESTADE DO BAIÃO, 100 ANOS EM GLÓRIA!

A tradicional irreverência da Mocidade Unida da Glória, em 2012, se rende em homenagem ao grande mestre Luiz Gonzaga do Nascimento, cuja trajetória reluz no cenário da poesia e da Música Popular Brasileira.

A grandiosidade de vida e obra do rei do baião permitirá uma deliciosa viagem pela cultura e costumes nordestinos, por meio de uma explosão de cores na avenida, marcada pela alegria das festas juninas, dos forrós pé de serra, do baião, do xote e do xaxado. Pela riqueza do folclore e das crendices do Estado de Pernambuco! Uma diversidade de nuances e sons que caracterizam o reinado de Seu Lua.

Luiz Gonzaga, nordestino guerreiro, de olhar e procissão, do Nordeste pioneiro, de lutas e tradição!

Oxente! Salve, salve, Sua Mejestade!

SINOPSE:

È Hoje! Estamos em 13 de dezembro de 1912. Olhe pro céu estrelado e veja como ele está lindo. Risca o luar de prata de Exu uma estrela cadente, talismã nordestino, e os arautos celestiais com enormes Asas Brancas, anunciam boa sorte e proteção. Na matriz, os sinos de Deus ecoam no soar dos meus tambores, no tocar dos tamborins: chegara o filho do sertão!

A criança de pele dourada com traços angelicais surge do Baião de Dois entre o cometa Januário e estrela Santana. Luiz Gonzaga do Nascimento, o nome todo homenagem: Luiz para Santa Luiza, festejada em 13 de dezembro; Gonzaga o sobrenome que o padre José Fernandes Medeiros escolheu para São Luiz Gonzaga; e Nascimento por ter o menino nascido bem próximo dos festejos de Natal.

Vici, o bichim veio mesmo predestinado. Em 05 de janeiro de 1913 foi batizado, vésperas da Folia de Reis. E não é que virou REI mesmo.

Viva! Hoje é dia de Reisado! Vamos brincar passarela a fora. Foliões, pastoras, figuras e moleques se reúnem para festejar com sanfona, zabumba, triângulo e pandeiro. Na fazenda Caiçara, o menino Lula cresce ouvindo o fole de oito baixos de seu pai.

Em 1920, com apenas oito anos de idade, tem início o reino das Lindas Canções. A pedido de amigos de seu Januário, Luiz substitui um sanfoneiro em festa tradicional. Canta e toca a noite inteira com direito a pagamento de vinte mil réis. E aí cumpadi, com todo respeito à Dona Santana, mas o agradim amoleceu o coração da mãe que não queria o menino sanfoneiro. Os convites nunca mais pararam e nos arredores do Araripe todo mundo já sabia quem era “Luiz de Januário, Lula, Luiz Gonzaga… aos 15 anos. Em feiras, festejos e forrós, o jovem Gonzaga sempre em companhia do velho Januário.

Em Fortaleza, serve às Forças Armadas. Cumprida a missão, ruma ao sul maravilha! Passa por vários lugares e conhece a garoa da Selva de Pedra, mas é na cidade maravilhosa que faz morada e da música o ganha pão.

Zona do meretrício carioca, primeiro emprego. Nos cabarés da Lapa e nos “inferninhos” da Praça Onze diverte marujos, prostitutas e nordestinos. Poucos sabem, mas o repertório de Luiz à época é de tangos, valsas e boleros.

De um conterrâneo pernambucano vem a cobrança pelas origens. Por que não tocar canções da terra Natal para matar as saudades? E assim xaxados, chamegos, cocos e xotes, como na infância com o velho Januário, retornam à vida de Gonzagão.

No gogó e na sanfona, Luiz Gonzaga ensaia. Nas ondas da Rádio Nacional, a mais importante emissora do país da década de 40, meu padim, Padre Ciço abençoa a sintonia do Fole Prateado. O frenesi de “Vira e Mexe” – primeira canção de sua autoria – lhe rende a vitória no concurso de calouros do programa Ary Barroso. Ovacionado pela platéia, o sanfoneiro garante contrato, com direito a gravação de dois elepês em 78 rotações.

O artista que jamais renega suas raízes estende a homenagem aos irmãos nordestinos para além das notas musicais. O terno e a gravata jamais subiriam aos palcos novamente em suas apresentações. Inspirado em Lampião, rei do cangaço, forte marca de seu povo, Gonzagão agora é herança, Gonzagão é chapéu de couro e gibão!

Nas andanças por este país, desenvolve estilo próprio. Piadas, críticas ao descaso dos governos e causos de sua vida artística dividem o palco com belas canções que retratam a alegria, a esperança e fé a força do povo nordestino. “Xote, baião e xaxado, violeiro e cantador”, frevo e maracatu, que Luiz canta com todo agrado e louva com todo amor.

Na carinhosa homenagem de Paulo Gracindo, o rosto arredondado se torna o apelido Seu Lua. Para a amiga Elba, Luiz é Leão do Norte, assim como João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna ou a calunga revelando o Carnaval.

O talento sobe degrau a passos largos e o reinado se fortalece. Vossa Majestade traz lições. Em 1946 resolve mostrar como se dança o baião. “E quem quiser aprender, é favor prestar atenção”. A canção estoura nas paradas de sucesso e parte pra turnê mundial em diversas vozes: Espanha, Itália, França, Estados Unidos e Japão. Cai nos encantos da pequena notável. Todos querem gravar Baião.

Ao lado do parceiro Humberto Teixeira, nascem outros clássicos do repertório: Assum Preto, Respeita Januário, Meu Pé de Serra. Mas quando o verde dos “óio”, se “espaia” na prantação” surge a Asa Branca da saga nordestina, Asa Branca da saudade. Asa Branca do Sertão!

“Nós já cantemos o baião e o pé de serra. E a Asa Branca que veio lá da nossa terra. Mas nós agora temos coisa bem melhor. Temos a nova dança que se chama o siridó” Um passo à frente, dois atrás, uma vortinha. Vamo até de manhãzinha. Na nota dó, nasce o Siridó… mais uma com Teixeira.

Os costumes e a cultura nordestina se destacam na parceria com Zé Dantas. A dupla anuncia as Vozes da Seca, o ABC do Sertão e o desabrochar da Juventude: “… Toda menina que enjôa da boneca é siná que o amor já chegou no coração”. Tudo é poesia! A flor do Mandacaru se torna deusa do asfalto na Passarela.

Os versos da canção autobiográfica surgem ao lado de Hervê Clodovil. Em A Vida do Viajante, sua vida é andar por esse país, pra ver se um dia descança feliz. Guardando as recordações, das terras onde passou, andando pelos sertões e dos amigos que lá deixou. Seu Lua faz história seu moço, e das boas!

Em Caruaru é dia de São João, a quadrilha vai começar. Olha a chuuvaaaaaaa, já passou! Minha gente vem pro terreiro. Gonzagão empresta estilo próprio pra falar de amor e saudade do sertão em cantigas que alegram as Festanças do folclore nordestino. Vixi seu moço, oiá que belezura de mágica com a terra: são os bonecos do ceramista Vitalino!

Luiz Gonzaga do Nascimento retratou a vida, os costumes e o folclore de seu povo sim sinhô seu moço. Mas fez muito, muito mais que isso. Seu Lua colocou todo mundo pra dançar! Dançar baião, xote, xaxado, e chamego.

De A a Z, mais de mil canções, pra ficar de rosto colado ou levantar a poeira da terra do mandacaru, do cangaço e da caatinga. Fez obra musical única, carregada de arranjos, ritmos, harmonias e melodias. Criou partituras de amor, orgulho e alegria para desenhar notas musicais que embalam a alma.

E assim, em chapéu de couro e gibão, atendendo ao pedido de Vossa Majestade durante último show no Teatro Guararapes, do Centro de Convenções de Recife, em 06 de junho de 1989, nosso Gonzagão será lembrado “como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Lembrado como filho de Januário e dona Santana”

Enfim, um centenário em meio a muita festa, 100 anos em glória! A Mocidade enaltece o luxuoso centenário do poeta, instrumentista, cantor e compositor da música verdadeiramente popular brasileira. Filho do sertão, majestade do baião! Em nossa viagem fantasia, o chapéu de couro é chapéu de bamba. Coberto com o manto vermelho e branco da Mocidade, o Leão do Norte hoje é Leão da Glória.

Muitíssimo obrigado mestre! A Mocidade hoje te reverencia:

“Do trabalho com amor nasceu. Um cenário de tempos passados que não morreu. Na pedra o homem talhou, sua fé, sua luta brotou. E lá no Nordeste, nas terras do agreste. Pra sempre ficou…” (Nova Jerusalém – Luiz Gonzaga)

GONZAGÃO! FILHO DO SERTAO, MAJESTADE DO BAIAO, 100 ANOS EM GLÓRIA!

Petterson Alves
Carnavalesco

Petterson Alves e Luciene Araújo
Elaboração do Texto

Luciene Araújo, Kelly Soares, Dave Cavatti, Leonardo Soares e Gabriel Mello
Comunicação, Pesquisa e Documentação artística



Tradução do português para inglês

Gonzagão! SON OF wilderness, MAJESTY'S Bay, 100 YEARS IN GLORY!

The traditional irreverence of Youth United of Glory, in 2012, surrenders in honor of the great master Luiz Gonzaga do Nascimento, whose career in the scenery flashes of poetry and Brazilian Popular Music.

The grandiosity of the king's life and work of the bay lets a delightful trip through northeastern culture and customs, through an explosion of color on the avenue, marked by the joy of state fairs, the forró pé de serra, the bay, and xote xaxado. The wealth of folklore and superstitions of the State of Pernambuco! A variety of nuances and sounds that characterized the reign of Your Moon

Luiz Gonzaga Northeastern warrior, and a procession of looking, a pioneer in the Northeast, and tradition of struggle!

Oxente! Save, save, Your Majesty!

SYNOPSIS:

It's Today! We at December 13, 1912. I looked at the starry sky and see how it looks beautiful. Scratch the silver moonlight Exu a shooting star, talisman northeastern and the heralds of heaven with huge white wings, announce good luck and protection. In the matrix, the bells of God echo the sound of my drums, the playing of tambourines, the son of the interior come!

The golden-skinned child with traces of angelic arises from Baião Two of the comet and star Gennaro Santana. Luiz Gonzaga do Nascimento, the full name of honor: Louis to Santa Luiza, celebrated on December 13, Gonzaga's last name that Father José Medeiros Fernandes chose to Sao Luiz Gonzaga, and Birth by having the child born very close to the Christmas festivities.

Vici, the bichim came even predestined. On January 5, 1913 was baptized, the eve of the Festival of Kings. And it's not even turned REI.

Viva! Today is Epiphany! Let's play off the runway. Revelers, pastors, figures and boys gather to celebrate with accordion, bass drum, triangle and tambourine. On the farm Rascal, the boy grows up listening to Lula eight low bellows of his father.

In 1920, only eight years old, begins the realm of beautiful songs. At the request of his friends Gennaro, an accordion player in Luiz replaces traditional feast. Sings and plays all night with a right to payment of twenty thousand reis. Then Man, with all due respect to Mrs. Santana, but the agradim softened the heart of the mother did not want boy accordionist. The calls never stopped and in the vicinity of Araripe everyone knew who was "Luiz de Gennaro, Lula, Luiz Gonzaga ... to 15 years. From fairs, festivals and ceilings, the young Gonzaga always in the company of old Gennaro.

In Fortaleza, served in the military. Once the mission, heads south wonderful! Passes through various places and know the drizzle of the concrete jungle, but the city is wonderful and the music does address the livelihood.

Red-light district of Rio, the first job. In the cabaret in Lapa and "dives" Praça Onze fun of sailors, prostitutes and the Northeast. Few people know that the repertoire of Louis is the time of tangos, waltzes and boleros.

Pernambuco is a fellow of the collection by its origins. Why not play songs from their homeland to kill the longing? And so xaxados, cuddle, coconuts and xotes, as in childhood with the old Gennaro, Gonzagão return to life.

In Adam's apple and accordion, Luiz Gonzaga assay. In the waves of Radio National, the country's most important station of the 40s, my Padim Father blesses Ciço tuning Bellows Silver. The frenzy of "Turn, Move" - ​​first song of his own - he earns the victory in the competition for freshmen program Ary Barroso. Standing ovation by the audience, the accordionist guarantee contract, entitled to record two LP at 78 rpm.

The artist would never deny their roots extend to the northeast tribute to brothers beyond the musical notes. The suit and tie would go up on stage ever again in their presentations. Inspired by Lantern, the bandit king, strong of his people, is now Gonzagão inheritance is Gonzagão leather hat and leather jacket!

In travels through this country develops its own style. Jokes, criticism of the neglect of governments and of his artistic life stories share the stage with beautiful songs that depict the joy, hope and faith the strength of the northeastern people. "Xote, and xaxado ballad, a guitar player and singer," Frevo and Maracatu, Luiz sings with all that pleased with all the love and praise.

In loving tribute to Paul Gracie, round face became the nickname for his friend Moon Elba, Louis is Lion of the North, as well as Joao Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna doll or revealing Carnival.

Talent rises step by leaps and bounds and strengthens rule. Your Majesty has lessons. In 1946 he decides to show how to dance the ballad. "And who wants to learn, please pay attention." The song bursts on the charts and world tour in part to different voices: Spain, Italy, France, the United States and in Japan falls short of remarkable charm. Everyone wants to save Baião.

Alongside partner Humberto Teixeira, born other classics of the repertoire: Assum Preto, Gennaro respects, my foot mountain. But when the green "Oio" if "espai" in prantação "comes the saga of Northeast Asa Branca Asa Branca nostalgia. Wing of the White Hinterland!

"We already sing the ballad and the foot of the mountain. And the White Wing who came there from our land. But we now have something much better. We have a new dance called the siridó "One step forward, two back, one vortinha. Let's until the early morning. In C note, is born with a ... more Siridó Teixeira.

The customs and culture of the Northeast stand out in partnership with Zé Dantas. The pair announced the Voices of Drought, the ABC's Hinterland and the bloom of youth: "... Every girl doll is sick of the doom that love is here in the heart." Everything is poetry! The flower becomes Mandacaru goddess of asphalt on the Catwalk.

The verses of the song autobiographical appear alongside Hervé Clodovil. In The Life of the traveler, his life is walking through this country, to see if one day rests happy. Keeping the memories, the land where he passed, walking through the backwoods and made friends there. His Moon makes history his servant, and good!

In Caruaru is St. John's Day, the gang will start. Look at chuuvaaaaaaa, gone! My people come terreiro. Gonzagão style lends itself to talk of love and longing for the wilderness in songs that bring cheer to bash northeastern folklore. Vixie his servant, oia beauties that magic with the land: the dolls are the potter Vitalino!

Luiz Gonzaga do Nascimento portrayed the life, customs and folklore of his people but his servant, suh. But it did much, much more than that. His Moon put everyone to dance! Dance ballad, xote, xaxado and cuddle.

A to Z, over a thousand songs, to be cheek to cheek or raising the dust of the land of cactus, the bandit and the Caatinga. He single piece of music, full of arrangements, rhythms, harmonies and melodies. Created scores of love, pride and joy to draw musical notes that surround the soul.

And so, in leather cap and doublet, at the request of His Majesty during the last show at the Teatro Guararapes, in Recife Convention Center on June 6, 1989, our Gonzagão will be remembered "as the accordionist who loved and sang very his people, the interior, who sang the birds, animals, priests, outlaws, the refugees, the brave, the cowardly, love. Remembered as a child of Santana and Ms. Gennaro "

Finally, a centennial amid much celebration, 100 years in glory! The Youth elevates the luxury centenary of the poet, musician, singer and composer of Brazilian popular music truly. Son of the interior, the majesty of the bay! On our trip fantasy, leather hat hat is shaky. Covered with the robe of red and white youth, the Lion of the Lion of the North today is Glory.

Many thanks master! The Youth reveres thee:

"The work was born with love. A scenario of times past who did not die. Carved in stone the man, his faith, his struggle arose. And there in the Northeast, in the rough land. Was forever ... "(New Jerusalem - Luiz Gonzaga)

Gonzagão! SON OF wilderness, MAJESTY'S Bay, 100 YEARS IN GLORY!

Petterson Alves
Carnival

Petterson and Luciene Alves Araujo
Preparation of Text

Luciene Araujo, Kelly Smith, Dave Cavatti, Gabriel Soares and Leonardo Mello
Communication, Research and Documentation artistic

Luiz Gonzaga, em 17/10/1988 repórteres Marcos Cirano e Pedro Luís


Luiz Gonzaga, em 17/10/1988
Nove meses antes de morrer, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, deixou gravada uma conversa de mais de uma hora com os repórteres Marcos Cirano e Pedro Luís. Vários trechos desse depoimento permaneceram inéditos até hoje. Veja a íntegra da entrevista e saiba porque ela não foi publicada antes. Essa entrevista foi concedida ao jornalista Marcos Cirano e ao fotógrafo Pedro Luiz, num apartamento do bairro de Boa Viagem, Recife, a 17 de outubro de 1988, portanto nove meses e 16 dias antes da morte de Luiz Gonzaga. Originalmente, ela serviu de base para uma reportagem sobre um novo disco do compositor, publicada pelo jornal carioca O Globo. Em maio de 1989, alguns trechos da entrevista também foram publicados pelo Suplemento Cultural do Diário Oficial de Pernambuco. Mas, a íntegra do depoimento permaneceu inédita até agora.

A entrevista de Gonzagão é comovente. Em vários momentos, ele chora, ao reconhecer que já não tem saúde para ficar de pé sem o auxílio de duas muletas. Faz um balanço da sua carreira artística. Canta trechos de músicas do seu novo disco. Critica o duro jogo de interesses do mercado fonográfico. E decide assumir, através da imprensa, o romance que manteve em segredo por 13 anos com sua última mulher, Edelzuíta Rabelo, a dona do apartamento onde a entrevista aconteceu: “Pode botar aí no jornal que o charme da minha vida agora é Edelzuíta!”

A pedido de Edelzuíta Rabelo, que queria evitar atritos com a primeira esposa de Gonzagão, Helena das Neves, ainda viva na época, a entrevista não foi publicada na íntegra. Fato que só agora acontece. Com a palavra, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião:

Marcos Cirano - São 50 anos de carreira. E aí?
Luiz Gonzaga - Eu acho que corri, corri, corri e acabei parando em casa.

MC - O senhor ta trabalhando um novo disco, né?
LG - É, todo mundo trabalha. Esse disco tem, realmente, uma grande importância para mim. Porque, mesmo que eu não quisesse parar, eu agora to condenando a isso, né, embora eu tenha a intenção de fazer tudo pra continuar. Porque, quando a gente cria, a gente tem obrigação de fazer cultura pra preservar as tradições, pra contar sua própria história. Porque, senão, ninguém vai querer contar, com a mesma empolgação, com o mesmo amor, com a mesma garra que eu sempre dediquei, de uma maneira completamente diferente, procurando sempre as estradas, sempre os caminhos em busca das cidades onde eu tinha certeza que existia uma colônia forte de cabeças-chatas esperando por mim. Então, aí eu instalei, instalava minhas tribunas. Estivesse onde estivesse: no noroeste, no oeste, no sul, em São Paulo, no sul do sul… Onde eu ia, encontrava as colônias nordestinas. Saudosas colônias sem administração, sem mando, furando novas…vamos dizer assim, procurando se apossar de um pedacinho de terra, um meio de vida melhor… E eu cantava pra eles, lá onde estivesses, as canções mais bonitas, as mais fortes, as mais tristes, que fazia todo mundo chorar… meu objetivo não era esse, mas acontecia. Às vezes, eles choravam com uma coisa alegre que eu cantasse. (Gonzagão tenta, mas não consegue prender o choro)

MC - Nesses 50 anos de carreira, o senhor fez tudo o que teve vontade? Na música e nas andanças.
LG - Só não fiz porque, naturalmente, meu talento não dava. Mas, enquanto meus companheiros achavam que as minhas idéias eram boas, a gente fazia juntos. Fora àquelas que eles criavam para mim… Humberto Teixeira, Zé Dantas. Antes deles, Miguel de Lima. Depois, Zé Marcolino, aqui do sertão, que morreu recentemente em desastre de automóvel… Então, assim, eu fiz, modéstia à parte, um grande acervo que ainda não está exposto, mas está em Exu, esperando a oportunidade de ser exposto no Museu Luiz Gonzaga.

MC - O que está faltando para esse acervo ficar exposto?

LG - Ta faltando administração, eu sou péssimo administrador. Material tem até sobrando, que dá até pra três museus. Mas, museu, no Brasil, parece palavrão… A minha intenção é de ajudar a imprensa e os pesquisadores que, quando precisarem escrever algo sobre Luiz Gonzaga, sobre Humberto Teixeira, Zé Dantas, meus outros excelentes companheiros como Onildo Almeida, Janduhy Filizola, ambos de Caruaru, então vocês vão ter condições de pesquisar capas de LPs, LPs, reportagens… Eu quero oferecer isso para você que tá me procurando aqui hoje e que é jovem, daqui há algum tempo você vai a Exu e lá você encontra tudo, todo acervo do Rei do Baião, fácil, fácil, palpável, e escreve o que você quiser. Não sobre mim, mas sobre o Nordeste, sobre as músicas que eu criei.
Gonzagão pára um instante, depois prossegue:
Descobri o Nordeste musical, musicalmente falando. Não foi o Nordeste, foi o Sertão. O Nordeste sempre teve os seus carnavais, suas festas tradicionais para exibir as suas canções. Mas, eu esbarrava sempre, no Rio de Janeiro, para vencer, contra tudo e era barreira quase invencível. De vez em quando, aparecia um seresteiro, como Augusto Calheiros e mais alguns, que, através de suas vozes, eles contavam as coisas engraçadas do Nordeste, como Manezinho Araújo.
Mas, não com a boa intenção que eu me apresentava, em cima de caminhão, levando o patrocinador nas costas, fazendo espetáculos nas praças públicas, improvisando espetáculos em determinadas praças…
Agora, tudo isso por quê? Porque eu não me achava bastante suficiente para concorrer com ninguém. Eu tinha que levar minha música diretamente àqueles que ignoravam totalmente o Nordeste. É claro que os colegas compareciam e coloriam o ambiente. Mas, o objetivo era cantar para os barrigas-verdes, os gaúchos, os caipiras, os cariocas. E conseguia, quase sempre, patrocinadores. Então, eu tinha liberdade. E assim, no meio desse público, eu era acolhido de surpresa até…
Ali no meio desse público tinha Caetano, tinha Gil, tinha muitos cantores doidos por aí, famosos hoje, que já mudaram de roupa várias vezes, hoje são até roqueiros, mas mesmo como roqueiros continuam afirmando que Luiz Gonzaga o influenciou, o influenciaram. E eu tava dando uma de Deus, escrevendo certo por linhas tortas. Totalmente despreparado mas, quando eu soltava alguma coisa, eles sentiam que tinha um sabor tão especial que não dá nem pra se lembrar qual a sua origem. E eu levava as coisas que aprendi na minha infância, com meu pai, as piadas do velho Januário, que meu pai era muito espirituoso. E fui me tornando um artista assim, espontâneo. Atingi praticamente todas as camadas sociais, cassinos etc., mas nunca me empolguei pela a cidade grande e a saudade do Nordeste sempre foi eterna. Hoje, graças a Deus, bem sucedido, menos com a saúde, continuo cantando com graça o meu forró. Como, por exemplo, (recita):
Tô doidim pra me deitar naquela cama
To doidim pra me cobrir com teu lençol
Doidim pra te matar de cheiro
Juntar os travesseiros
Soprar o candeeiro e começar nosso forró
Esses versos vão ser gravados agora, são de uma música de João Silva e Luiz Gonzaga, do meu último LP. Nem decorei ainda, porque eu só péssimo decorador até das minhas próprias coisas. É uma mão-de-obra desgraçada! O nome dessa música é Vou te matar de cheiro. Quer dizer, uma linguagem dessa, meu filho, pra um cara que vem do mato… Isso sempre foi a minha primazia.

MC - Essa música é do novo disco que o senhor vai lançar?
LG - Essa música é do próximo LP. Até doente eu boto tempero e graça nas minhas coisas.

MC - Esse próximo disco já está todo pronto?
LG - Ta todo arrumado aí, as músicas feitas, mas a doença e a preguiça não me deixam fechar. Mas, como eu tô sentindo um cheiro de melhora… Eu tenho horas que eu sofro muito, porque eu tô sofrendo de uma doença chamada… (Gonzagão não consegue pronunciar a palavra osteoporose e pede auxílio a sua companheira Edelzuíta: como é o nome da danada da doença? Venha cá, você não pode ficar longe de mim, não, porque você é a minha memória)… Ela vem me atacar os ossos, justamente os que foram fraturados ao longo da minha carreira. Essa doença me ataca, tirando o meu rebolado e o meu charme. Meu charme agora é Edelzuíta. (A companheira de Gonzagão interfere: “Não bote isso aí não, que vai dar confusão”, mas ele insiste: Bote no jornal que o meu charme agora é ela, o amor de minha vida).

MC - Os acidentes que o senhor sofreu foram muitos. Alguns até acabaram virando música. Quantos acidentes foram?
LG - Ih!…Já perdi a conta. Fraturei dez costelas, fraturei a clavícula, fraturei o crânio e, agora, essa osteoporose está me derrubando. O primeiro acidente foi em 1951, foi aquele de Santos, que o carro mergulhou de uma ponte de uns quinze metros, com todos nós dentro. Deu até uma música de Zé Gonzaga, meu irmão (canta): E Luiz Gonzaga não morreu… De lá pra cá, foram mais uns quatro ou cinco acidentes. Mas, o que eu andei mais perto da morte foi esse que me fraturou aqui (aponta para o lado direito da testa). Eu fiz duas operações, porque atingiu o olho, mas acabei cegando dele. Isso foi na estrada de Miguel Pereira. Gonzaguinha tava comigo e o anão Salário-mínimo também. E a maior vítima foi eu. Mas escapei com vida. Isso foi em 1962, parece. (Gonzaga fica alguns instantes em silencio, depois continua): Mesmo assim, ainda me sobrou algum charme pra encontrar uma mulher bonita e inteligente pra tomar conta de mim.

MC - A osteoporose, o senhor vem sentindo desde quando?
LG - Ela só foi localizada agora, aqui no Recife. O primeiro ataque dela foi no fêmur. E é por isso que eu estou usando essas gonzaguetes (mostra as duas muletas que utiliza para andar, ainda assim com bastante dificuldade). E dizem que fêmur é bicho muito atrevido, até hoje ninguém encontrou medicina que o dominasse.

MC - Faz mais ou menos um ano que o senhor vem sentindo os sintomas da doença?
LG - Não, isso faz muito tempo. Mas, eu só vim me interessar depois que comecei a sentir a obrigação de usar muletas. Agora, vem de muito antes.

MC - Eu me lembro que, durante algumas apresentações na televisão, o senhor sempre estava aparecendo sentado, pra poder segurara a sanfona
LG - Pois é, pois é. E nem sanfona eu toco mais, não dá mais. Eu já não gravo com sanfona há mais de dez anos. Depois que eu comecei encontrar sanfoneiros capazes, tocando melhor do que eu (e Dominguinhos foi o primeiro) e esses sanfoneiros começamos a declarar que eu tinha sido seu incentivador, seu mestre, aí eu digo: e o que é que eu tô fazendo aqui tocando sanfona de graça, se minha voz vale muito mais do que minha tecla? Aí, passei a usar esses meninos me acompanhando, com muito mais arte, mais graça. Ora, se nessas alturas, eu já passei a ser conhecido como um afortunado de tantos dotes dados por Deus, nada melhor do que distribuir com aqueles que estavam seguindo meu caminho com honestidade. Tem Oswaldinho, Dominguinhos, Valdones de Fortaleza, um garoto de 15 anos tocando magistralmente, um garoto rico e bonito. O Valdones tem até um estúdio em casa, o pai faz todas as vontades dele, o garoto ta numa carreira bonita. Quer dizer, por isso eu acredito que o forró não vá morrer. O baião não morreu, o forró, feito do baião… Então, eu acredito que essa música vai pra frente. Porque o Nordeste dá isso, oferecendo sua graça.
Sábado agora, eu botei cerca de vinte mil pessoas no Spázio, uma verdadeira festa, muito bonita, feita especialmente pra mim. Estavam lá Fagner, Elba Ramalho, Genivaldo Lacerda, Gilberto Gil, Dominguinhos, Alcimar Monteiro que ta indo muito bem, Jorge de Altinho…

Pedro Luís - Jorge de Altinho andou sumido um tempo, né?
LG - Não, Jorge de Altinho é o mesmo. É porque, de repente, o forró tornou-se…é…Demasiadamente oferecido. Quer dizer, várias fábricas… A minha fábrica, por exemplo, gravou esse ano seis discos de forró. Então, é muita oferta. Mas, Jorge de Altinho sempre foi um cara pra frente e irá muito mais. Como ele é jovem, ele pode mudar para onde quiser. Mas, ele é fiel ao forró.

MC - O seu novo disco vai ser lançado quando?
LG - Logo depois do carnaval, que é quando se começa a lançar forró, uma música sugestiva, uma música quente, cheia de graça. Depois do carnaval até junho é com nós. Nós ocupamos o miolo do ano.

MC - A partir de quando, mesmo, não deu mais para o senhor segurar a sanfona?
LG - Eu vinha tocando, porque ela sempre foi o meu apoio e eu sempre gostei. Porque eu criei um estilo. Mas, além desses problemas que eu sofri, me apareceu uma doença na coluna, as viagens muito prolongadas, horas e horas viajando de automóvel. E eu ia controlando. Quando eu perdi o rebolado, mesmo, que localizei o problema… Demorei um pouco… Eu disse: vou dar uma de professor, vou avisar a meus colegas pra ter muito cuidado com o peso da sanfona.
Vá ver que quase todo sanfoneiro está hoje meio corcunda. Porque eu criei uma arte muito pesada. Nós não temos condições, aqui no sertão, de pagarmos orquestras nem instrumentos eletrônicos. E a sanfona é um instrumento do ar livre e ela resolve um baile à noite inteira, gostosamente, com o seu próprio som. E os caboclos sanfoneiros, forrozeiros, gostam muito do seu trabalho e tocam a noite inteira, incarriado. Estão entrando num cano deslumbrante, como dizia aquele pernambucano que escrevia no jornal sobre futebol, humorista, que escreveu peças de teatro, que é irmão de Mário Filho, jornalista primoroso…
Como era mesmo o nome dele? Isso, Nelson Rodrigues. Ele foi quem criou esse termo cano deslumbrante. Eu entrei num cano deslumbrante. Então, foi isso. Essa doença, que tá aumentando cada vez mais em nós, a coluna vertebral, que trouxe também para mim. Aí, eu não podia mais com o peso da sanfona. Fazia um ensaiozinho, uma coisinha, mas vinha logo a dor.

MC - O senhor lembra qual foi o último show em que o senhor tocou?
LG - Não, eu não gosto de lembrar. Porque, só de lembrar, eu sinto dor. (Gonzagão baixa a cabeça, faz cara de choro e fica alguns instantes em silêncio).

MC - A sanfona pesa quantos quilos, normalmente?
LG - Quando eu comecei a tocar, o peso normal dela era de 12 quilos pra cima. Aí, eu passei a prestigiar a sanfona nacional, porque eu tinha acesso à fábrica e lá eu dava as minhas idéias. Naquela altura, nós tínhamos uma espécie de umas 12 fábricas de sanfona. Hoje, só temos uma e se arrasta. E eu dizia: “Olha, gente, deixo um pedido aqui do velho sanfoneiro e tal… Nós estamos usando instrumento errado, com o peso desconforme para o nosso físico, pra o nosso clima, principalmente para nós, nordestinos, que é que mais usamos sanfona. Manera no peso. Eu quero mandar fazer uma sanfona aqui com nove, dez quilos…” E consegui, eles fizeram. É tanto que todas as capas dos meus discos são com fotos de sanfonas brasileiras. Mas, a sanfona de Dominguinhos pesa 16 quilos. E eu falo com ele: “Te cuida, Dominguinhos! Você é grossinho, mas vai afinas as pernas, vai entortar as pernas.”Ta entortando. É muito peso, sabe?
Então, quando eu mi vi cantando sentado, eu aproveitava e fazia um pouco de apologia à sanfona e caía, justamente, nessa questão aí. Sim, porque os italianos eram os fabricantes de sanfona, não são mais, hoje já caíram fora. E o clima deles, já viu como é que é, né?… Clima frio. As comidas deles são saborosas, cheias de força. O físico deles é diferente, são sempre parrudos, mais do que nós… Por que, agora, a gente vai carregar o peso deles também? Isso eu falo no palco, quando estou bem disposto. Ou, quando tô sentindo dores, falo com raiva, né. Deus me deu o dom de falar, com a minha própria linguagem, despreocupado, sem medo de errar, porque o povo já sabe que eu não sou intelectual, então eu mando brasa. (Gonzagão ri gostosamente).

MC - Onde fica essa fábrica brasileira de sanfona?
LG - A única fábrica de sanfona, hoje no Brasil, fica no Rio Grande do Sul. Hoje, só tem a Universal. Essa fábrica não é dotada de bons técnicos. A que mais evoluiu foi uma chamada Todesquini. Mesmo assim, não agüentou, porque queria vender muito instrumento e não dava. Chegaram as guitarras eletrônicas, sanfonas eletrônicas e tal…

MC - Dá pra dar uma geral sobre o que vai ser o seu novo disco?
LG - Não, dá não. Porque eu só venho a decorar, mesmo, depois de gravar. É uma preguiça lascada.

PL - Será que é outra doença, essa preguiça?
LG - Não, é não… Eu vou gravar uma música conhecida, chamada Estrada de Canindé… Não… É, deixa lembrar… Sertão de Jequié, que foi gravada por Dalva de Oliveira. (Gonzagão canta. Primeiro, confunde a letra com os versos de Estrada de Canindé. Depois, acerta a letra e canta Sertão de Jequié inteira). Essa música é de Cléssio (Klécius/Cléssius) Caldas e Armando Cavalcanti, dois carnavalescos do Rio de Janeiro, que me deram dois grandes sucessos: um foi Boiadeiro, que é meu prefixo e sufixo (cantarola) e me deram outra também muito bonita, chamada Meu cigarro de palha (canta). Eu cantava também, mas nunca gravei, vou gravar agora.

MC - Nunca gravou Meu cigarro de palha?!
LG - Não, não… Peraí… Nunca gravei Sertão de Jequié.

MC - Além de Sertão de Jequié, o resto do disco é tudo músicas novas?
LG - É. Tem uma de Antônio Barros, que eu gostei muito, chama-se Coração de pudim: Meu coração é feito de manteiga ou de pudim/Molim, molim, molim, molim/Falei com esse sujeito pra não me deixar assim/Molim, molim, molim, molim… É uma música de Antônio Barros, aqui de João Pessoa. Ele me deu também outro forrozim muito gostoso, chamado Lagoa do Amor (cantarola alguns versos).

MC - Com esse disco a ser lançado no próximo ano, são quantos discos gravados durante os 50 anos de carreira?
LG - São 55. Com esse que vai sair, são 56. (Gonzagão comenta o disco que gravou com Fagner. Pergunta a Edelzuíta se ela quer ouvir uma faixa, pede que a companheira coloque a faixa que mais gostou e ela escolhe Amanhã eu vou. Enquanto todos, na sala, escutam a música, Gonzagão cantarola baixinho e de cabeça baixa. No final, reage): Ô véio enxuto da molesta! Tô com 76 anos nas costas, com 74 eu gravei isso aí. Nunca fumei, apesar de gostar muito daquele cheiro; de fazer propaganda de fumo… Mas, pra que fumar? Só pra imitar os outros?!

MC - E beber?
LG - Beberiquei algumas besteirinhas. Adorava uma cerveja lascada. (Dirigindo-se ao fotógrafo Pedro Luiz, Gonzagão pergunta): Você é de onde?

PL - João Pessoa.
LG - Tinha que ser! Com essa cabeça de cangaceiro.

MC - Além do disco novo, quais os outros planos?
LG - Viver mais um pouco. Só. Show, mais não. Depois daquele show de anteontem! Foi uma coisa! Quinze ou vinte mil pessoas, e eu sentado lá no palco, vendo tudo isso e sem poder participar. Eu cantei Tropeiro da Borborema, que é uma das coisas mais bonitas de Raimundo Asfora, mas o bom da gente é a gente se sentir em condições de criar mais e ter a impressão que amanhã a gente pode criar um sucesso consagrador… Mas, eu já criei os meus, Asa Branca, Vozes da Seca, Baião, Luiz Respeita Januário… Pra onde é que eu vou mais? Eu me sinto completamente realizado. Mas, eu não gostaria de sair assim, carregado porque não tenho mais pernas. (Gonzagão fica alguns instantes e silêncio).

MC - Não tem mais pernas, mas tem uma grande voz. Vai ficar aí parado?
LG - Não, ainda tenho que fazer mais dois discos, por contrato. Além desse que vai sair o ano que vem, tem outro que ta pronto há dois anos e tudo indicava que ele não ia sair. Mas, só que tive uma coragem de leão em abandonar a RCA Victor aos 28 anos de serviço, 48 anos, 14 de março de 1941, quando eu entrei lá. Saí como um protesto e esse disco estava guardado lá, no fundo do baú. Terminei botando tudo pra fora, porque senti que a minha fábrica atual pode ganhar muito dinheiro com isso e eu não me incomodo que uma gravadora boa ganhe muito dinheiro comigo. Eu ganho o meu pouquinho e fico satisfeito, não chamo ninguém de ladrão. Eu quero é vender meu peixe.

MC - Por que o senhor deixou a RCA?
LG - Olha, é uma história tão escrota, tão podre, que eu nem gosto de contar. E eles estão aí, com três discos meus na praça: o Aí tem, o álbum e esse Amanhã eu vou. Então, eu vou ganhar uma nota muito boa e não quero dar uma de menino mal-agradecido, não tenho mais idade pra isso. Eu quero é me dar bem com as duas (gravadoras), eu quero é as duas brigando por minha causa. E a RCA vai levar vantagem, porque ela tem 48 anos de repertório meu. E a outra vai começar… Talvez isso seja até ruim, três discos na praça… A nova gravadora é a Copacabana, que foi muito leal comigo, foi tão bacana comigo. E eu desejo que as duas ganhem muito dinheiro comigo.

MC - Nenhum projeto para programa de televisão, apresentações?
LG - Nada, nada.

MC - Tá encerrando, mesmo? Uma vez, Dominguinhos disse que o senhor vai morrer no palco e que essa história de despedida era conversa, pois ele já tinha participado de um show de despedida sua, na década de 50.
LG - Em 1953? Será possível? Isso é conversa fiada, é o Dominguinhos me gozando. (Gonzagão dá uma gargalhada e pergunta): Já terminou? É, você sabe escrever, e aí vai dar pra você fazer sua reportagem. Você é de onde?

Tradução do português para inglês

Luiz Gonzaga on 17/10/1988
Nine months before his death, Luiz Gonzaga, the King of Baião, left a recorded conversation over an hour with reporters and Pedro Luis Marcos Cyrano Several excerpts from the interview remained unpublished until now. See the full interview and find out why it has not been published before. This interview was the journalist and photographer Mark Cyrano Pedro Luiz, in an apartment in the neighborhood of Boa Viagem, Recife, October 17, 1988, then nine months and 16 days before the death of Luiz Gonzaga. Originally, it was the basis for a report on a new album of the composer, published by Brazilian newspaper O Globo. In May 1989, some passages of the interview were also published by the Cultural Supplement of the Official Gazette of Pernambuco. But the full testimony remained unpublished until now.

The interview Gonzagão is moving. At various times, he cries, recognizing that health is no longer to stand without the aid of two crutches. Takes stock of his career. Sing snippets of songs from her new album. Criticises the hard game of interests of the music industry. And decides to take, through the press, which kept the romance secret for 13 years with his last wife, Edelzuíta Rabelo, the owner of the apartment where the interview took place: "You can put there in the newspaper that the charm of my life now is Edelzuíta! "

At the request of Edelzuíta Rabelo, who wanted to avoid friction with the Gonzagão first wife, Helena of Snow, still alive at the time the interview was not published in full. Fact that only happens now. With the word, Luiz Gonzaga, the King of Baião:

Mark Cyrano - are 50-year career. And then?
Luiz Gonzaga - I think I ran, ran, ran and ended up stopping at home.

MC - You ta working a new album, right?
LG - is, everyone works. This album really has a great importance to me. Because even if I did not want to stop, I now condemning it to, you know, although I intend to do everything to continue. Because when we create, we are obliged to do to preserve cultural traditions, to tell their own story. Because, otherwise, nobody will want to tell, with the same excitement, with the same love with the same tenacity that I have devoted, in a completely different way, always looking for the roads, always seeking the ways of the city where I was sure that there was a strong colony of flat-heads waiting for me. So then I installed it, installed my galleries. Was where he was: in the northwest, west, south, São Paulo, southern South ... Where I went, found the Northeastern colonies. Nostalgic colonies without administration, command, new boring ... let's say, trying to get hold of a piece of land, a better way of life ... And I sang to them, wherever you were, the most beautiful songs, the strongest, the more sad, that made everyone cry ... that was not my goal, but it happened. Sometimes they cried with a joyful thing that I sing. (Gonzagão tries but can not hold the crying)

MC - these 50-year career, you did everything you wanted? In music and travels.
LG - just did not because, of course, my talent was not enough. But, while my companions thought my ideas were good, we did together. Outside those that they created for me ... Humberto Teixeira, Ze Dantas. Before them, Miguel de Lima. Then Joe Marcolino, here's hinterland, who died recently in car crash ... So therefore I did, modesty aside, a large collection that is not exposed, but is Eshu, waiting for the opportunity to be exposed at the Museum Luiz Gonzaga.

MC - What's missing from this collection to be exposed?

LG - Ta missing administration, I am terrible administrator. Material has to left, giving up to three museums. But the museum, in Brazil, it seems word ... My intention is to help the press and researchers who, when they need to write something about Luiz Gonzaga on Humberto Teixeira, Ze Dantas, my other great companions as Onildo Almeida, Janduhy Filizola, both Caruaru, then you will be able to search the covers of LPs, LPs, reports ... I want to offer this to you who're looking for me here today and that is young, here in a while you go to Exu and there you will find everything, all collection of the King of Baião, easy, easy, palpable, and write what you want. Not about me but about the Northeast, about the music I created.
Gonzagão stops a moment, then continues:
I discovered the Northeast musical, musically speaking. There was the Northeast, was the backwoods. The Northeast has always had its carnival, its traditional festivals to display their songs. But I always ran up against, in Rio de Janeiro, to win, against all and was almost invincible barrier. From time to time, appeared a serenade, as Augusto Calheiros and some who, through their voices, they told the funny things in the Northeast, as Manny Araujo.
But not with the good intention that I had, up truck, bearing the sponsor on the back, doing shows in the streets, improvising shows in certain squares ...
Now, why all this? Because I do not think quite enough to compete with anyone. I had to take my music directly to those who completely ignored the Northeast. Of course, colleagues attended and color the environment. But the goal was to sing for the green-bellies, the Gaucho, the hillbillies, the locals. And I could almost always sponsors. So, I was free. And so, in the middle of the audience, I was received with surprise to ...
There in the middle of the audience had Caetano, Gil had had so many crazy singers, famous today that have already changed clothes several times, until today are rockers, but rockers are still the same as claiming that Luiz Gonzaga influenced, influenced him. And I was giving one of God writing straight with crooked lines. Totally unprepared, but when I let out something, they felt they had a very special flavor that does not even to remember what is its origin. And I took the things I learned in my childhood, my father, the old jokes Gennaro, my father was very witty. And I became an artist so spontaneous. Reach virtually all walks of life, casinos, etc.. But never got carried away by the big city and miss the Northeast has always been eternal. Today, thank God, successful, less health, still singing with grace my forró. How, for example, (recites):
I'm doidim to lie in that bed
To doidim to cover me with your blanket
Doidim to kill you smell
Add the pillows
Blowing out the candle and start our forró
These verses will be written now, is a song from John Silva and Luiz Gonzaga, my last LP. Not memorized yet, because I just lousy decorator until things of my own. It is a hand-to-work bitch! The name of this song is I'll kill the smell. I mean, a language that, my son, to a guy who comes from the woods ... That was always my priority.

MC - This song is from the new album that you will release?
LG - This song is the next LP. I put up ill temper and grace in my stuff.

MC - This next album is all ready?
LG - Ta there all dressed up, made the songs, but illness and laziness will not let me close. But, as I'm feeling better ... a smell I have hours that I suffer a lot because I'm suffering from a disease called ... (Gonzagão can not pronounce the word osteoporosis and your partner asks for help Edelzuíta: how is the name of the damned disease? Come here, you can not get away from me, not because you're my memory) ... She comes to attack me the bones, just the ones that were broken throughout my career. This disease attacks me, taking my hump and my charm. My charm is now Edelzuíta. (A companion Gonzagão interjects: "No boat so there are no, trouble is brewing," but he insists: Put in the paper that it is now my charm, the love of my life).

MC - accidents that you have suffered a lot. Some even have become the music. How many were accidents?
LG - Oh! ... I have lost count. Ten fractured ribs, a fractured collarbone, fractured skull, and now this is breaking me down osteoporosis. The first accident was in 1951, was that of Santos, the car plunged from a bridge about fifteen feet, with everyone inside. He gave up a music Zé Gonzaga, my brother (sings): And Gonzaga has not died ... Since then, most were four or five accidents. But what I walked closer to death was that I broke here (pointing to the right side of the forehead). I did two operations, because in the eye, but I ended up blinding him. This was on the road to Miguel Pereira. Gonzales Tava me and the dwarf Minimum Wage as well. And I was the biggest victim. But escaped with my life. That was in 1962, it seems. (Gonzaga is a moment in silence, then continues): Still, I left some charm to find a beautiful and intelligent woman to take care of me.

MC - Osteoporosis, have you been feeling since when?
LG - It was only now located here in Recife. The first attack was in her femur. And that's why I'm using these gonzaguetes (shows using two crutches to walk, still with some difficulty). And they say that animal femur is very cheeky, so far no one has found the medicine that dominate.

MC - It's been about a year since you've been feeling the symptoms of the disease?
LG - No, that was a long time. But I just came to interest me after I started to feel obliged to use crutches. Now comes a lot earlier.

MC - I remember that during some performances on television, you always sitting was appearing, to be able to hold the accordion
LG - Well, it is. And I play the accordion or more, no longer. I no longer record with accordion for more than ten years. After I began to find able accordionists, playing better than I (and Dominguinhos was the first) and these accordionists began to declare that I had been his supporter, his master, then I say, and what am I doing here playing accordion for free, if my voice is worth far more than my key? Then I started using these kids with me, with much more art, more grace. Now if at this point, I've been known as a lucky so many gifts given by God, nothing better than to distribute to those who were following my way honestly. It Oswaldinho, Dominguinhos, Valdonas of Fortaleza, a 15 year old boy playing masterfully, a rich kid and pretty. The Valdonas even has a studio at home, the father does all his wants, the boy is in a beautiful career. I mean, so I believe that forró will not die. The ballad is not dead, forró, made the bay ... So I think this song goes forward. Because it gives the Northeast, offering his grace.
Saturday now, I put about twenty thousand people in the Spazio, a real treat, very beautiful, made especially for me. They were there Fagner, Elba Ramalho, Genivaldo Lacerda, Gilberto Gil, Dominguinhos, Monteiro Alcimar that doing well ta, Jorge de Altinho ...

Pedro Luis - Jorge de Altinho went missing a while, right?
LG - No, George of Altinho is the same. It is because, suddenly, the lining becomes ... ... Too is offered. I mean, many factories ... My factory, for example, this year recorded six albums of forró. So it's a lot to offer. But George was always one of Altinho forward and will face more. As he is young, he can move to wherever you want. But he is faithful to the liner.

MC - Your new album will be released when?
LG - Soon after the carnival, which is when it starts casting forró, a suggestive song, a hot music, full of grace. After the carnival is with us until June. We occupy the core of the year.

MC - After a while, even, did not give you more to hold the accordion?
LG - I was playing, because she's always been my support and I always liked. Because I have created a style. But apart from these problems that I suffered, I appeared a disease of the spine, very long travel hours and hours traveling by car. And I was controlling. When I lost my hump, even, who spotted the problem took me a bit ... ... I said, I will give a teacher, I warn my colleagues to be very careful with the weight of the accordion.
Go see that almost every accordion player is now the middle hump. Because I have created an art too heavy. We have no conditions here in the wilderness, of paying orchestras or electronic instruments. And the accordion is an instrument of the outdoors and it solves a ball all night, gladly, with its own sound. And the natives accordionists, forrozeiros, like much of his work and play all night, incarriado. Are entering a pipe stunning as Pernambuco said that he wrote in the newspaper about football, humorist, who wrote plays, he is the brother of Mario Filho, journalist exquisite ...
What was his name? This, Nelson Rodrigues. He was the one who coined the term barrel stunning. I joined a pipe stunning. So that was it. This disease, which're increasingly more in us, the spine, which also brought me. So I could not with the weight of the accordion. It was a ensaiozinho, a little thing, but soon the pain came.

MC - Do you remember what was the last concert that you played?
LG - No, I do not like to remember. Why, just remember, I feel pain. (Gonzagão lowers his head, crying face and makes is a moment in silence.)

MC - The accordion weighs how many pounds normally?
LG - When I started playing, it was the normal weight of 12 pounds up. Then I started the accordion national honor, because I had access to the factory and there I gave my ideas. At that time, we had a kind of accordion about 12 factories. Today, we only have one and drags. And I said, "Look, folks, leave a request here the old accordion player and stuff ... We're using wrong instrument, weighing not conform to our physical to our climate, especially for us, the Northeast, which is that more use accordion. Manera weight. I want to send an accordion here with nine, ten pounds ... "And I did, they did. It covers so much that all of my albums with pictures of accordions are Brazilian. But of the accordion Dominguinhos weighs 16 pounds. And I speak to him: "Take care, Dominguinhos! You Grossinho, but will tune up your legs, the legs will bend. "Ta bending. It's a lot of weight, you know?
So when I saw myself sitting singing, I took advantage and did a little apology for the accordion and fell precisely on this issue there. Yes, because the Italians were the accordion manufacturers are no longer, today it fell out. And their climate has seen how it is, right? ... Cold Climate. Their meals are tasty, full of strength. The physical one is different, are always stocky, more than we do ... Why, now, we will carry the weight of them too? I say this on stage when I'm in a good mood. Or when I'm in pain, angry talk, you know. God gave me the gift of speaking with my own language, carefree, without a doubt, because people already know I'm not intellectual, then I say hot. (Gonzagão laughs heartily).

MC - Where is the Brazilian factory of cycling?
LG - The only accordion factory today in Brazil is in Rio Grande do Sul Today, only has the Universal. This plant is not equipped with good technicians. What evolved was more a call Todesquini. Still, could not stand because he wanted to sell the instrument and did not give much. Came the electronic guitars, accordions and electronic stuff ...

MC - Can you give an overview of what will be your new album?
LG - No, do not give. Because I only come to decorate, even after recording. It's a sloth chipped.

PL - Is it another disease, this laziness?
LG - No, no ... I'll write a song called, called Road Canindé ... No ... Yes, lets remember ... Wilderness of Jequié, which was recorded by Dalva de Oliveira. (Gonzagão sings. First, it confuses the letter with the verses of Canindé Road. Then hit the letter and sings Wilderness of Jequié whole). This song is Clessie (Klécius / Cléssius) and Armando Caldas Cavalcanti, two carnival of Rio de Janeiro, which gave me two hits: one was Boiadeiro, it is my prefix and suffix (hums) and gave me another equally beautiful, My hand-rolled cigarettes called (sings). I sang too, but never recorded, I will write now.

MC - I never recorded my hand-rolled cigarettes?!
LG - No, no ... Wait ... Wilderness of Jequié never recorded.

MC - In the Wilderness of Jequié, the rest of the disc is all new songs?
LG - Is. Antonio Barros has one, I really liked is called pudding Heart: My heart is made of butter or pudding / Molim, molim, molim, molim / I talked to this guy for not letting me so / Molim, molim, molim, molim ... It's a song by Antonio Barros, João Pessoa here. He also gave me another forrozim very nice, called Lagoon of Love (sings a few verses).

MC - With this album to be released next year, how many discs are recorded during the 50-year career?
LG - are 55. With that goes out, is 56. (Gonzagão says the disk that recorded with Fagner. Edelzuíta Ask if she wants to hear a track, he asks his partner put the track you like best and tomorrow I'll pick her. While everyone in the room, listening to music, humming softly Gonzagão and head down. In the end, hangs): Lean the shaft of molesta! I'm 76 years back, I recorded with 74's it. Never smoked, although they like the smell; to advertise smoking ... But for that smoke? Just to imitate others?!

MC - And to drink?
LG - Sip some besteirinhas. He loved a beer chipped. (Addressing the photographer Pedro Luiz, Gonzagão question): Where are you from?

PL - João Pessoa.
LG - It had to be! With this head bandit.

MC - In addition to the new album, what other plans?
LG - live a little longer. Only. Show, not more. After that show yesterday! It was something! Fifteen or twenty thousand people, and I sat there on stage, seeing all this and unable to participate. I sang Borborema Drover, who is one of the most beautiful of Raymond Asfora, but good for us is we feel able to create more and get the impression that tomorrow we can create a reflected successes ... But I I created my own, Asa Branca, Voices of Drought, Baião, Luiz respects Gennaro ... To where can I more? I feel completely realized. But I would not go so loaded because I do not have legs. (Gonzagão and silence is a moment).

MC - No more legs, but has a great voice. Will stand there?
LG - No, I still have to do two more albums by contract. In addition to this that will come out next year, one that has you ready for two years and everything indicated that he would not leave. But only one had the courage to leave the lion in the RCA Victor 28 years of service, 48, 14 March 1941, when I went there. I went out as a protest and that record was kept there, deep in the chest. I finished putting everything out because I felt that my current factory could make money with it and I do not bother to record a good win much money with me. I get my bit and I am happy, do not call anyone a thief. I want to sell my fish.

MC - Why did you leave RCA?
LG - Look, it's a story so catty, so rotten, that I do not like to count. And they are here, with my three disks in the square: the Here is the album and that tomorrow I will. So I'll make a very good note and do not want to give an ungrateful boy, no more for that age. I just want to get along with the two (labels), I want the two is fighting for my cause. And the RCA will take advantage, because she has 48 years of my repertoire. And the other will start up ... Maybe it's bad, three discs in the street ... The new label is the Copacabana, which was very loyal to me, was so nice to me. And I hope that the two make a lot of money on me.

MC - No project for the television show, presentations?
LG - Nothing.

MC - Yeah ending, right? Once Dominguinhos said you will die on stage and that this story was parting conversation, for he had attended a farewell show you, in the 50's.
LG - In 1953? Is it possible? This is baloney, is Dominguinhos kidding. (Gonzagão laughs and asks): Have you finished? Yeah, you can write, and then will give you to do your story. Where are you from?

A Moda da Mula Preta


A Moda da Mula Preta
(Raul Torres)

Eu tenho uma preta
Tem sete palmo de altura

A mula é descanelada
Tem uma linda figura, ai, ai, ai
Tira fogo na calçada
No rampão da ferradura, ai, ai, ai
Com uma morena delicada
Na garupa faz figura, ai, ai, ai
A mula fica enjoada
Pisa só de ancadura ( bis)

O ensino da criação
Veja quanto que regula, ai, ai, ai,
O defeito do mulão
Eu sei que ninguém clacula, ai, ai, ai,
Moça feia e marmajão
Na garupa, a mula pula, ai, ai, ai,
Chega a fazer cerração
Todos os pulos dessa mula, ai, ai, ai,
Cabra muda de feição

Sendo preto fica fula (bis)

Eu fui passear na cidade
Só numa volta que eu dei, ai, ai, ai,
A mula deixou saudade
No lugar onde passei, ai, ai, ai,
Pro mulão de qualidade
Quatro conto eu injeitei, ai, ai, ai,
Pra dizer mesmo a verdade
Nem sastifação eu dei, ai, ai, ai,
Fui dizendo boa tarde
Pra minha casa voltei (bis)

Soltei a mula no pasto
Veja o que me aconteceu, ai, ai, ai,
Uma cobra venenosa
A minha mula mordeu, ai, ai, ai,
Com o veneno dessa cobra
A mula nem se mexeu, ai, ai, ai,
Só durou umas quatro horas
Depois a mula morreu, ai, ai, ai,
Acabou-se a mula preta
Que tanto gosto me deu (bis)

78 RPM V800580a 194


Tradução do português para inglês

The Moda da Mula Preta
(Raul Torres)

I have a black
It has seven inch tall

The mule is descanelada
It has a beautiful figure, woe, woe, woe
Take fire on the sidewalk
In the horseshoe rampão, woe, woe, woe
With a delicate brunette
Figure is on the back, ouch, ouch, ouch
The mule is sick
Pisa ancadura only (a)

The teaching of creation
See how it regulates, woe, woe, woe,
The defect of the mule
I know nobody clacula, woe, woe, woe,
Ugly girl marmajão
On the back, the mule jump, ouch, ouch, ouch,
Enough to make fog
All this jumping mule, woe, woe, woe,
Goat of feature changes

Being black is really ticked (a)

I was strolling in the city
Only one I gave back, oh, oh, oh,
The mule left longing
In the place where I spent, oh, oh, oh,
Pro tem of quality
Four injeitei I tell, oh, oh, oh,
To tell the truth even
Not sastifação I gave, woe, woe, woe,
I was saying good afternoon
I returned to my house (a)

I let the mule in the pasture
Look what happened to me, woe, woe, woe,
A poisonous snake
My mule bit, oh, oh, oh,
With the poison of this snake
The mule did not move, oh, oh, oh,
It only lasted about four hours
After the mule died, woe, woe, woe,
No more black mule
That so much like me (bis)

78 RPM V800580a 194

A Letra I


A Letra I
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Vai cartinha fechada
Não deixa ninguém te abrir
À quela casa caiada
Donde mora a letra I

E diz que de uma cacimba
Do rio que verão secou
Meus óio chorou tanta mágoa
Que hoje sem água
Nem responda a dor

Vai diz que o amor
Frumega no meu coração
Ta e quá fogueira
Das noites de São João
Que eu sofro
Por viver sem ela
Tando longe dela
Só sei reclamar
Pois vivo como um passarinho
Que longe do ninho
Só pensa em voltar
78 RPM V801145a 1953

Tradução do português para inglês

The Letter I
(Luiz Gonzaga and Zé Dantas)

Will little note closed
Do not let anyone open
In the whitewashed house chela
Where I live the letter

And he says that a water hole
Summer dried up the river that
My Oio cried so much grief
That day without water
Or respond to pain

Go tell that love
Frumega in my heart
Ta and fire quá
Nights of St. John
I suffer
To live without it
Ing away from her
All I know complain
For live like a bird
Away from the nest
Just think about going back
78 RPM V801145a 1953

A Festa do Milho


A Festa do Milho
(Rosil Cavalcanti)

O sertanejo festeja
A grande festa do milho } bis
Alegre igual a mamãe
Que ver voltar o seu filho
Em março queima o roçado
A dezenove ele planta
A terra já está molhada
Ligeiro o milho levanta
Dá uma limpa em abril
Em maio solta o pendão
Já todo embonecado
Prontinho para São João

No dia de Santo Antônio
Já tem fogueira queimando
O milho já está maduro
Na palha vai se assando
No São João e São Pedro
A festa de maior brilho
Porque pamonha e canjica
Completam a festa do milho

LP: PISA NO PILÃO (FESTA DO MILHO); 1963; RCA VICTOR


Tradução do português para inglês

The Feast of the Corn
(Rosil Cavalcanti)

The celebrated frontiersman
The great feast of corn} ca
Alegre equal to Mom
Back to see your child
In March the gardens burning
The nineteen he plants
The earth is wet
Light corn raises
Gives a clean in April
In May the loose banner
It all dolled up
That's it for St. John

On the day of St. Anthony
Already have fire burning
The corn is ripe
In the straw will be baking
In St. John and St. Peter
The party for greater brightness
For fritters and corn pudding
Rounding out the feast of corn

LP: IN PISA PYLON (CORN FESTIVAL) 1963, RCA VICTOR

A Dança da Moda


A Dança da Moda

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

No Rio tá tudo mudado
Nas noites de São João
Em vez de polca e rancheira
O povo só dança e só pede o baião
No meio da rua
Inda é balão
Inda é fogueira
É fogo de vista
Mas dentro da pista
O povo só dança e só pede o baião
Ai, ai, ai, ai, São João
Ai, ai, ai, ai, São João
É a dança da moda
Pois em toda a roda
Só pede baião.

78 RPM V800658a - 1950


Tradução do português para inglês

Dance Fashion

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

In Rio it's all changed
The nights of St. John
Instead of polka and ranchera
The people just dance and just asks the ballad
In the middle of the street
Inda's Balloon
Inda is fire
It is fire of view
But on the track
The people just dance and just asks the ballad
Woe, woe, woe, woe, St. John
Woe, woe, woe, woe, St. John
It is the dance fashion
For all round
Just ask ballad.

V800658a 78 RPM - 1950


Tradução do português para inglês

Dance Fashion

(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

In Rio it's all changed
The nights of St. John
Instead of polka and ranchera
The people just dance and just asks the ballad
In the middle of the street
Inda's Balloon
Inda is fire
It is fire of view
But on the track
The people just dance and just asks the ballad
Woe, woe, woe, woe, St. John
Woe, woe, woe, woe, St. John
It is the dance fashion
For all round
Just ask ballad.

V800658a 78 RPM - 1950

A cheia de 24


A cheia de 24
(Severino Ramos)

A cheia de 24
Doutor não foi brincadeira
Na correnteza das águas
Descia a família inteira
Quase não sobra vivente
Para contar a história
Assim falava mamãe
Aquela santa senhora } bis

Descia gado e cavalo
Pato, peru e galinha
Cabrito, porco e carneiro
Tudo o que o povo tinha
Os açudes não podiam
Tantas águas suportar
Rio, riacho e lagoa
Tudo junto num só mar }bis

Os canoeiros lutavam
Passando podro no rio
Mas o remanso das águas
Corria água em rodopio
Afundavam as canoas
Na violenta correnteza
Parecia inté castigo
Do Autor da Natureza } bis

Meu Padim Ciço pediu
A Nossa Senhora das Dores
Que parasse aquela enchente
Que causava esses horrores
Quando terminou a prece
Logo parou de chover
O sol brilhou lá no céu
Para todo mundo ver } bis

LP: SÃO JOÃO DO ARARIPE; 1968; RCA VICTOR


Tradução do português para inglês

The full, 24
(Severino Ramos)

The full, 24
Doctor was not a joke
The stream of water
Down the whole family
Hardly spare living
To tell the story
Thus spake Mom
That holy lady aa}

Down cattle and horse
Duck, turkey and chicken
Lamb, pork and lamb
All that the people had
The dams could not
Much water support
River, stream and pond
All together in one da} March

The boatmen struggled
Turning rotting in the river
But the waters of the backwater
He ran water in spin
Sinking the canoes
In the violent tide
He seemed interested punishment
From the Author of Nature} ca

My Padim asked Ciço
Our Lady of Sorrows
To stop this flood
What caused these horrors
When he finished the prayer
Soon it stopped raining
The sun shone in the sky
For everyone to see aa}

LP: ST JOHN'S ARARIPE, 1968, RCA VICTOR

A Carta Cantada por luiz Gonzaga


A Carta
(Iza Franco)

Na carta perfumada que deixaste sobre a mesa
Tenho a certeza de tua traição
Minhas lágrimas caíam teimosas
Sobre as folhas cor-de-rosa escritas por tua mão

Partiste mas minha alma seguirá teus passos
Onde estiveres, eu estarei contigo
Hás de guardar uma saudade minha
Tua lembrança ficará comigo

Não penses mais em mim
Seria inútil, pois nunca te amei
O que houve entre nós dois foi apenas fantasia
Nosso passado terminou como termina
Todas as ilusões
Doravante seguiremos caminhos diferentes
Não me procures, seria uma desilusão a mais.

E esta palavra, no fim da carta
Manchada pelo pranto meu
Esta palavra que me tortura é adeus.
LP: SANFONA DO POVO; 1964; RCA VICTOR



Tradução do português para inglês

The Charter

(Franco Iza)

In the perfumed letter you left on the table
I am sure your treachery
My tears fell stubborn
On the leaves color pink written by your hand

Broke but my soul will follow your steps
Where you are, I will be with you
Thou shalt keep my homesickness a
Your memory will stay with me

Do not think more of me
It would be useless because I never loved you
What happened between us was just fantasy
Our past is over how it ends
All illusions
Henceforth we will follow different paths
I do not endeavor to be a disillusionment more.

And this word, at the end of the letter
Stained by my tears
This word is what tortures me goodbye.
LP: Accordion THE PEOPLE 1964, RCA VICTOR

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O amigo Juarez fala sobre o centenário de Luiz Gonzaga


Caros cidadãos exuenses, no momento em o Brasil se prepara para homenagear o filho mais ilustre de nossa terra pelo o centenário de seu nascimento, gostaria de chamar a atenção de todos para tão grandioso evento e não desperdiçarmos essa oportunidade para nos mobilizarmos e reivindicar junto ao governo municipal, estadual e até federal, melhorias na estrutura da nossa cidade com a realização de obras que venham mudar o visual e torná-la mais atrativa para o turismo, diante do potencial que a mesma apresenta com uma rica história e bela localização geográfica e principalmente por ser o berço do nosso rei do baião. Chegou a hora do Exu receber a atenção devida dos governantes e nossa cidade ocupar de vez o seu espaço de destaque como capital do baião e pólo turístico da região do Araripe.

Que o centenário de Luiz Gonzaga venha ser um divisor de água na história política, econômica e cultural dessa cidade e não se resuma em homenagens e festas, mas junto com elas venham as obras tão necessárias e sonhadas pela população e pelo eterno cantador o pernambucano do século, que tanto lutou pra ver sua terra cada vez melhor. Que todos os que fazem esta terra (políticos, empresários, sociedade organizada e acima de tudo a juventude exuense) possam se unir em prol dessa causa, usando os meios possíveis para sensibilizar as autoridades competentes, através de reuniões, abaixo assinada, manifestações culturais, etc. Vamos pegar o embalo no momento em que os olhos do Brasil e porque não dizer até do mundo estão voltados para o Exu, terra de Luiz Gonzaga, pois sua fama extrapolou as fronteiras do nosso país.

Obras sugeridas: Melhorar a infra-estrutura do parque asa branca, duplicação da BR 122 no perímetro urbano com calçadão para caminhada e transformá-la em Av. Luiz Gonzaga( com quiosques padronizados com os nomes das músicas do rei); reforma da praça Luiz Gonzaga; construção dos Pórticos de entrada da cidade com alusão a capital do baião; construção de uma grande estátua ( monumento ao rei do baião) em ponto de destaque da cidade; instalação da rede esgoto; pista de pouso que hoje não tem mais; criação de uma lei municipal para proteger o pouco que resta das fachadas de prédios e antigos casarões da cidade; implantação de um museu retratando a história do município; etc.



Tradução do português para inglês
Exuenses Dear citizens, when Brazil is preparing to honor the most illustrious son of our land by the centenary of his birth, would like to draw everyone's attention to such a great event and not waste this opportunity to mobilize and claim with the municipal government, state and federal, improvements in the structure of our city with the construction works which will change the look and make it more attractive for tourism, given the potential it presents with a rich history and beautiful geographical location and mainly because it is the cradle of our King ballad. It's time for Exu receive due attention of our city leaders and now occupy a prominent space in your capital as the ballad and tourist hub of the Araripe region.

The centenary of Luiz Gonzaga will be a watershed in political history, economic and cultural city and this is not summarized in tributes and parties, but they come with the works as necessary and desired by the population and by the eternal singer of Pernambuco century, who fought so hard to see their land better. May all who make this earth (politicians, businessmen, organized society and above all youth exuense) can unite in support of this cause, by any means possible to sensitize the authorities, through meetings, the undersigned, cultural, etc.. Let's take the momentum when the eyes of Brazil and why not say to the world are facing the Exu, a land of Luiz Gonzaga, as his fame went beyond the borders of our country.

Suggested Works: Improving the infrastructure of the park wing white, duplication of the BR 122 in the urban promenade with walking and turning it into Av Luiz Gonzaga (with standardized kiosks with the names of the songs of the king), reform of the square Luiz Gonzaga, construction of porches into the city with reference to the capital of the ballad; construction of a large statue (monument to the king of the ballad) point of emphasis in the city, installation of sewerage network; runway today is no longer, creating of a municipal law to protect what little remains of the facades of buildings and old mansions of the city, implementation of a museum depicting the history of the city; etc..

sábado, 25 de junho de 2011

Luiz Gonzaga - Disco De Ouro - Linha 3 (1978)


Faixas:
01. Apologia Ao Jumento (O Jumento É Nosso Irmão)
02. Assum Preto
03. Paraiba
04. Asa Branca
05. Boiadeiro
06. Qui Nem Giló
07. Karolina Com K
08. Paulo Afonso
09. Mangaratiba
10. Capim Novo
11. Feira De Caruaru
12. ABC Do Sertão
13. Serrote Agudo
14. Juazeiro

Download: http://www.megaupload.com/?d=KQ53T9GK

Tradução do português para inglês

tracks:
01. Apology By Donkey (donkey and Our Brother)
02. Assum Preto
03. Paraiba
04. Asa Branca
05. cowboy
06. Mon Not Giloh
07. With Karolina K
08. Paulo Afonso
09. Mangalore
10. New grass
11. Feira De Caruaru
12. From ABC Hinterland
13. saw Sharp
14. Juazeiro

Download: http://www.megaupload.com/?d=KQ53T9GK

Luiz Gonzaga - O Nordeste Na Voz De Luiz Gonzaga (1962)


Faixas:
01. Paraíba
02. Respeita Januário
03. Saudade De Pernambuco
04. Assum Preto
05. Calango Da Lacraia
06. Cigarro De Paia
07. ABC Do Sertão
08. Acauã
09. Asa Branca
10. Derramaro Gai
11. No Meu Pé De Serra
12. A Moda Da Mula Preta

Download: http://www.mediafire.com/download.php?mjdqpr71siedn7s


Tradução do português para inglês
tracks:
01. Paraíba
02. respect Gennaro
03. Miss Pernambuco
04. Assum Preto
05. The lizard centipede
06. Cigarette In Paia
07. From ABC Hinterland
08. Acauã
09. Asa Branca
10. Derramaro Gai
11. Saw on My Foot
12. The Fashion Mule Black

Download: http://www.mediafire.com/download.php?mjdqpr71siedn7s

luiz gonzaga - gonzagão- ai tem 1988


Faixas:
01. Bom Pra Eu
02. Aí Tem
03. Táqui Pa Tú - Part. Geraldo Azevedo
04. No Canto Do Salão
05. Pra Que Mais Mulher
06. Moela E Coração
07. Fruta Madura
08. Outro Amanha Será
09. Vamos Ajuntar Os Troços - Part. Carmélia Alves
10. Forró Gostoso
11. Cajueiro Velho
12. Recado Do Velho
13. Dá Licença Pra Mais Um - Part. Joquinha Gonzaga

Download: http://www.mediafire.com/download.php?k6fca634hoip4nw


Tradução do português para inglês
tracks:
01. Good for me
02. there has
03. Ta Pa Tú - Part. Geraldo Azevedo
04. In the corner of the room
05. For more women
06. Gizzard and heart
07. Ripe fruit
08. Tomorrow Is Another
09. We have gathered Sections - Part. Carmelia Alves
10. forró Gostoso
11. Old cashew
12. The Old Comment
13. A License To Give More - Part. Gonzaga Joquinha

Download: http://www.mediafire.com/download.php?k6fca634hoip4nw

Luiz Gonzaga - Sanfona Do Povo


Faixas:
01. Sanfona Do Povo
02. O Baião Vai
03. Aquilo Sim, Que Vidão
04. Não Foi Surpresa
05. Rainha Do Mundo
06. Documento De Matuto
07. Fogo No Paraná
08. Nordeste Sangrento
09. Nega Zefa
10. Fole Gemedor
11. Padre Sertanejo
12. A Carta

Download: http://www.mediafire.com/download.php?jxb6rq71jqadb20


Tradução do português para inglês
tracks:
01. Accordion From People
02. The bay we
03. That Yes, what a life
04. It was no surprise
05. Queen Of The World
06. Document Matuto
07. Fire In Paraná
08. Bloody Northeast
09. Zefa Nega
10. bellows Gemedor
11. Father Sertanejo
12. The Charter

Download: http://www.mediafire.com/download.php?jxb6rq71jqadb20

Luiz Gonzaga - Aboios E Vaquejadas (1956)


Faixas:
01. Tacacá
02. Vassouras
03. Abôio Apaixonado
04. Chorão
05. Braia Dengosa
06. O Chero Da Carolina
07. Derramaro O Gai
08. Tesouro E Meio

Download: http://www.mediafire.com/download.php?u4u2j47vrgzj8tt


Tradução do português para inglês
tracks:
01. tacacá
02. brooms
03. aboio fond
04. crybaby
05. Bashful Braia
06. The Chero Da Carolina
07. The Gai Derramaro
08. Treasury And A Half

Download: http://www.mediafire.com/download.php?u4u2j47vrgzj8tt

Luiz Gonzaga No Meu Pé De Serra


Faixas:
01. No Meu Pé De Serra
02. Minha Fulô
03. Arrancando Caroá
04. Estrela De Ouro
05. Adeus Pernambuco
06. Lígia
07. Moda Da Mula Preta
08. O Casamento De Rosa
09. Pagode Russo
10. Firim, Firim, Firim
11. Malhada Dos Bois
12. Nós Queremos Uma Valsa
13. Perpétua
14. Olha A Pisada
15. Aquele Chorinho
16. Mangaratiba
17. Açucena Cheirosa
18. Saudade
19. Propriá
20. Amor Da Minha Vida
21. Chamego Das Cabrochas

Download: http://www.mediafire.com/download.php?e3w94g37smy5ki9


Tradução do português para inglês

tracks:
01. Saw on My Foot
02. my Fulô
03. Dear tearing
04. Gold Star
05. goodbye Pernambuco
06. Ligia
07. Fashion Mule Black
08. Rose Wedding
09. pagode Russo
10. Firim, Firim, Firim
11. Spotted the horse
12. We Want A Waltz
13. perpetual
14. Look treading
15. that Chorinho
16. Mangalore
17. lily smelling
18. longing
19. Propriá
20. Love Of My Life
21. Of the girl would cuddle

Download: http://www.mediafire.com/download.php?e3w94g37smy5ki9

Luiz Gonzaga - Luiz ''Lua'' Gonzaga - 1961 (1998)


Faixas:
01. Capitão Jagunço
02. Baldrana Macia
03. Creuza Morena (Ingazeira do Norte)
04. Dedo Mindinho
05. Amor Que Não Chora
06. O Tocador Quer Beber
07. Na Cabana Do Rei
08. Aroeira
09. Rosinha
10. Corridinho Canindé
11. Só Se Rindo
12. Alvorada Da Paz

Download: http://www.mediafire.com/download.php?gtxz8yemesxmzar

Tradução do português para inglês

tracks:
01. captain bandit
02. Baldrana Macia
03. Creuza Morena (Ingazeira North)
04. Pinky finger
05. Love Is Not Crying
06. Want to Drink The Player
07. King's hut
08. Aroeira
09. Rosie
10. corridinho Canindé
11. If Only Laughing
12. Dawn Of Peace

Download: http://www.mediafire.com/download.php?gtxz8yemesxmzar

Luiz Gonzaga Samarica Parteira


Faixas:
01. Samarica Parteira
02. Cego Aderaldo
03. Vida de Vaqueiro
04. A Profecia
05. Tô Sobrando
06. Cabra Da Peste
07. Moreninha, Moreninha
08. Sertão Sofredor
09. Amanhã Eu Vou
10. Moreninha, Tentação
11. Mamulengo
12. Velho Pescador
13. O Passo Da Rancheira
14. A Letra I
15. Sertanejo Do Norte
16. Onde Tú Tá Neném
17. Moça Da Feira
18. Baião De Dois

Download: http://www.megaupload.com/?d=4L91H7IT

Tradução do português para inglês

tracks:
01. Samari Midwife
02. blind Aderaldo
03. Cowboy Life
04. The Prophecy
05. To on
06. Goat Of Death
07. Brunette, Brunette
08. Hinterland Suffering
09. Tomorrow I Will
10. Brunette, Temptation
11. Mamulengo
12. old Fisherman
13. The pitch of the Rancher
14. The Letter I
15. North Sertanejo
16. Where You're just Neném
17. The Fair Maiden
18. Baião Of Two

Download: http://www.megaupload.com/?d=4L91H7IT

Luiz Gonzaga Testamento De Caboclo


Faixas:
01. Assum Preto
02. Paulo Afonso
03. Destino
04. Conversa De Barbeiro
05. Macapá
06. Wanda
07. Gibão De Couro
08. Boiadeiro
09. Luar Do Nordeste
10. Casamento Atrapaiado
11. Linda Brejeira
12. Zinha
13. Pau-De-Sebo
14. Vassouras
15. Madrileña
16. Chofer De Praça
17. Testamento De Caboclo
18. Caprichos Do Destino
19. Braia Dengosa
20. Acácia Amarela
21. Coração De Mulher

Download: http://www.megaupload.com/?d=EQ2EJBZ6


Tradução do português para inglês

tracks:
01. Assum Preto
02. Paulo Afonso
03. destination
04. Barber Talk
05. Macapá
06. Wanda
07. Leather jerkin
08. cowboy
09. Luar Do Nordeste
10. marriage Atrapaiado
11. Linda Brejeira
12. Zinha
13. Pau-De-Sebo
14. brooms
15. Madrileña
16. Chauffeur Square
17. Testament De Caboclo
18. Whims of Fate
19. Bashful Braia
20. Yellow acacia
21. Women Heart

Download: http://www.megaupload.com/?d=EQ2EJBZ6

Luiz Gonzaga Ô Véio Macho 1962


Faixas:
01. Ô Véio Macho
02. Balança A Rede
03. Sertão De Aço
04. Serrote Agudo
05. De Teresina A São Luís
06. Passáro Carão
07. Sanfoneiro Zé Tatu
08. Matuto Aperreado
09. Forró De Zé Antão
10. A Dança Do Nicodemos
11. No Piancó
12. Adeus Iracema

Download: http://www.megaupload.com/?d=930XXFU1

Tradução do português para inglês

tracks:
01. The Shaft Male
02. The Balance Network
03. Hinton Steel
04. saw Sharp
05. The São Luís Teresina
06. bird scolding
07. Accordionist Joe Armadillo
08. Matuto tormented
09. Lining Joe Anthony
10. The Dance Of Nicodemus
11. in Piancó
12. goodbye Iracema

Download: http://www.megaupload.com/?d=930XXFU1

Luiz Gonzaga - O Reino Do Baião (1957)


Faixas:
01. Forró No Escuro
02. Moça De Feira
03. Sertão Sofredor
04. Xote Das Moças
05. O Delegado No Côco
06. Gibão De Couro
07. Comício Do Mato
08. Meu Pajeú


Tradução do português para inglês

tracks:
01. Forro In The Dark
02. Girl From Fair
03. Hinterland Suffering
04. Xote Das Girls
05. Coco In The Delegate
06. Leather jerkin
07. Mato rally
08. my Pajeu

Luiz Gonzaga Quarqué Dia



Faixas:
01. Respeita Januário (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira)
02. Feira Do Gado (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
03. Xote Das Moças (Nelson Barbalho - Joaquim Augusto)
04. São João Chegou (Mariza P. Coelho - Luiz Gonzaga)
05. Derramaro O Gai (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
06. Velho Novo-Exú (Luiz Gonzaga - Sylvio Moacyr de Araújo)
07. Ai, Amor (Zé Dantas - Luiz Gonzaga)
08. Café (Zé Dantas - Luiz Gonzaga)
09. Xote Do Véio (Nelson Barbalho - Joaquim Augusto)
10. A Vida Do Viajante (Luiz Gonzaga - Hervê Cordovil)
11. Saudade Da Boa Terra (Maruim)
12. Quarqué Dia (Jairo Argileu - Heron Domingues)
13. Documento De Matuto (Paulo Patrício)
14. Xaxado (Luiz Gonzaga - Hervê Cordovil)
15. Queixas Do Norte (José Marcelino - Pantaleão)
16. Adeus Iracema (Zé Dantas - Luiz Gonzaga)
17. Homenagem A Zé Dantas (Antonio Barros)
18. Todo Homem Quer (Peterpan - José Baptista)

Download: http://www.megaupload.com/?d=SQ07XHQN




Tradução do português para inglês

tracks:
01. Respect Gennaro (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira)
02. Fair Livestock (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
03. Xote Das Girls (Nelson Barbalho - Joaquim Augusto)
04. St. John arrived (Mariza P. Coelho - Luiz Gonzaga)
05. The Derramaro Gai (Luiz Gonzaga - Zé Dantas)
06. Old New-Exu (Luiz Gonzaga - Sylvio Moacyr Araujo)
07. Oh, Love (Ze Dantas - Luiz Gonzaga)
08. Coffee (Zé Dantas - Luiz Gonzaga)
09. Xote Shaft (Nelson Barbalho - Joaquim Augusto)
10. A Traveler's Life (Luiz Gonzaga - Hervé Cordovil)
11. Saudade Da Good Earth (Maruim)
12. Quarqué Day (Jairo Argileu - Heron Domingues)
13. Document Matuto (Paul Patrick)
14. Xaxado (Luiz Gonzaga - Hervé Cordovil)
15. Complaints From North (José Marcelino - Pantaleon)
16. Goodbye Iracema (Zé Dantas - Luiz Gonzaga)
17. Homage To Ze Dantas (Antonio Barros)
18. Every Man Wants (Peterpan - Jose Baptista)

Download: http://www.megaupload.com/?d=SQ07XHQN