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terça-feira, 17 de agosto de 2010

A sanfoneira caçula Chiquinha Gonzaga


A sanfoneira caçula
Irmã do Rei do Baião, a forrozeira Chiquinha Gonzaga está chegando aos 85 anos e não tem a menor vontade de se aposentar

Por: Tom Cardoso

Publicado em 24/05/2010

A sanfoneira Chiquinha Gonzaga levou três surras de sua mãe, dona Santana. As três de cinto e pelo mesmo motivo: a teima em tocar o fole de oito baixos do irmão mais velho. Hoje, “adoentada” depois de ter sido atropelada quando caminhava pelas ruas da praia de Boa Viagem, em Recife, onde mora, ela não sofre mais resistência de ninguém. A briga é com o próprio corpo. Chiquinha quer reunir forças para gravar um documentário sobre sua vida e, quem sabe, o terceiro disco de sua instável carreira. Não se deve subestimar nunca a força de uma sertaneja. Além de enfrentar a mãe e o machismo da sociedade nordestina, Chiquinha sempre carregou o peso de ser irmã do cabra mais respeitado de suas bandas, não só o rei de seu instrumento, mas o inventor do baião: Luiz Gonzaga (1912-1989).

Dos nove filhos de dona Santana e seu Januário, apenas dois estão vivos: Chiquinha e Muniz, sua irmã mais nova e caçula da família, que fez a vontade da mãe e nunca se atreveu a encostar o dedo numa sanfona. “Eu sei que minha responsabilidade é grande, meu filho”, diz Chiquinha. “Não só por ser a única representante dos Gonzaga, mas também por manter vivos o forró e o baião. O que eles tocam por aí não tem nada a ver com forró: é música sem tradição, feita para mulher tirar a roupa.” Chiquinha não dá nome aos bois, mas ela se refere claramente à banda Calypso e a grupos similares, que fazem imenso sucesso misturando ritmos nordestinos com música pop. “Eles vendem o peixe dizendo que é forró, mas não é, não”, diz, encerrando o assunto. Ela só conseguiu tocar sanfona quando Luiz Gonzaga, já famoso e liderando as paradas de sucesso de Rio e São Paulo, resolveu levar toda a família de Exu para o Rio de Janeiro.

Se viajar do sertão pernambucano para qualquer cidade do sul do Brasil ainda hoje é uma aventura, imagine no começo da década de 1950. O percurso da família consumiu 18 dias. Chiquinha faz um esforço de memória para relembrar exatamente o dia em que pisou no Rio de Janeiro. “Meu filho, só sei que foi uma emoção enorme. Luiz estava fazendo sucesso e era muito querido pelos cariocas. Essa foi nossa sorte.” De fato, quando seu Januário e dona Santana chegaram à então capital brasileira, seu filho mais talentoso havia tomado conta da cidade. Já era uma estrela, um dos artistas do primeiro time da Rádio Nacional (uma espécie de TV Globo da época), e não precisava mais ganhar a vida tocando tango e valsas nas zonas de meretrício da cidade.

Generoso, disposto a arrumar trabalho para a família inteira, Gonzagão criou o grupo Os Sete Gonzagas, formado por ele, o pai e mais cinco irmãos, incluindo, mesmo sob os protestos de dona Santana, a jovem Chiquinha Gonzaga. Ela seguiu os passos do pai, mestre da sanfona de oito baixos, e adotou imediatamente o instrumento. Fizera o certo, já que Januário, sentindo o peso da cidade grande, decidiu voltar com parte da família para Exu. “O grupo fez sucesso por dois meses. Meu irmão tinha feito a parte dele, ajudado, mas depois cada um tinha de fazer o seu futuro”, conta Chiquinha. E o de Chiquinha foi ao altar. Casada, futura mãe de três filhos, ela deixou a vida artística para virar dona de casa. Tocar sanfona, apenas para o divertimento dos filhos – um deles, Sérgio, hoje acompanha a mãe em seus shows.

Só nos anos 70 a sanfoneira voltou a viver de música. O pai de Oswaldinho do Acordeon, afilhado de Chiquinha, havia aberto uma casa de forró no bairro do Brás, em São Paulo, e fez questão de convidar a comadre para animar os bailes. Na época, o próprio Luiz Gonzaga enfrentava um período de baixa popularidade (todos os artistas de rádio acabaram sendo “vitimados” pelo advento da bossa nova e, depois, da jovem guarda) e acabara de ser resgatado pelos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil – Caetano regravou Asa Branca e Gil, 17 Légua e Meia. Com o baião de volta às paradas, a casa de forró do pai de Oswaldinho vivia lotada, e Chiquinha por um bom tempo alimentou os três filhos com seu fole de oito baixos.

Pronde tu vai?
Acostumada aos altos e baixos da carreira, Chiquinha foi levando a vida. Já havia aposentado a sanfona quando recebeu o convite para gravar um depoimento no filme Viva São João, de Andrucha Waddington, lançado em 2001. Durante as filmagens acabou fazendo amizade com um velho fã de Gonzagão, aquele mesmo que anos antes contribuíra para o ídolo voltar ao trono de Rei do Baião. Gilberto Gil insistiu para que Chiquinha gravasse seu primeiro disco. O compositor baiano não só produziu o álbum Pronde Tu Vai, Luiz?, gravado em 2002, como participou de duas faixas. “Gil me ajudou muito, muito mesmo. Ele gostava mesmo de meu irmão, de verdade”, lembra, emocionada. Apadrinhada pelo tropicalista, conseguiu agendar alguns shows pelo país.

Quando a sanfoneira completou 80 anos, em 2005, seu filho Sérgio conseguiu que ela gravasse o segundo disco, Chiquinha Gonzaga 8 e 80, uma brincadeira com o número de baixos de sua sanfona (instrumento raramente utilizado pelos sanfoneiros de hoje) e sua idade. “Quando você acha que ela vai desistir, aposentar de vez, ela se anima e volta para a estrada como se fosse uma menina”, diz Sérgio. Chiquinha não vê a hora de sarar das feridas causadas pelo atropelamento – ela ainda sente dores nas costas e nos braços – para voltar à estrada. Em julho do ano passado, participou da homenagem a Luiz Gonzaga organizada pela Secretaria da Cultura de São Paulo.

Chiquinha, representando o Rei do Baião, recebeu a Ordem do Ipiranga, a mais alta honraria do governo do estado. “Aquele carequinha me prometeu que me chamaria de novo para tocar em São Paulo este ano”, diz Chiquinha, se referindo a José Serra, na época governador. “Ele pensa que não, mas eu vou cobrar!”



Respeita Januário! E ai de quem não der tratamento igual à filha do hômi. Irmã caçula do rei do baião, Chiquinha Gonzaga, 80 anos, já não carrega o fole de oito baixos no braço (o mesmo que lhe garantiu o título de rainha), mas garante que a voz continua segurando um forró daqueles de arrastar a chinela.

Primeira mulher brasileira a tocar o instrumento, a forrozeira aparece hoje, a partir das 19h, pelas bandas do Forró da Lua. Por telefone, de Recife, a voz fininha, mas disposta, anunciava uma história que já ultrapassa 80 primaveras. Indagada sobre o show de hoje e o momento atual da carreira, não contou conversa. Fez que nem era com ela. “Vai ser igual a todos os outros, não tem diferença não, meu filho! Eu não me preocupo mais com minha carreira. Já tenho 80 anos, estou achando é bom”, disse.

Essa é a terceira passagem da paraibana de Exú pelo Forró da Lua. Dessa vez, ela vem com o CD “De 8 a 80 - Chiquinha Gonzaga”, lançado em maio de 2006 em comemoração pelos 80 anos da carreira. E como ela mesma admite, deu um trabalho danado. “Passei dois meses num estúdio do Rio de Janeiro, deu um trabalho danado. O bom foi que eu vendi de uma tirada só. Mas também vendo barato a dez reais. Tem participação de 11 músicos, como Dominguinhos, Marinês, Joquinha Gonzaga... nesse CD eu ainda toco o fole de oito baixos. Mas nos shows não dá mais não. Está muito pesado para mim, mas em compensação a voz continua boa para cantar”, afirma.

Morando na capital pernambucana há quatro anos depois de passar 50 anos no Rio de Janeiro, Chiquinha reclama do forró de hoje ainda que tenha certeza da sobrevivência do ritmo. “Vejo umas coisas doidas. Em 2005, no São João de Exú, vi quatro bandas de forró. Um absurdo! Pelo menos ano passado colocaram só uma. Mas pode fazer o que quiserem que o forró nunca vai abaixo”, defendeu.

Idealizador do Forró da Lua, o empresário Marcos Lopes lembra com carinho das outras duas passagens de Chiquinha Gonzaga pela casa. “Foram shows muito bons, apesar dos 80 anos Chiquinha tem muita vivacidade. Mas também ninguém pode esperar dela a força de uma jovem. Das outras vezes ela cantou durante uma hora, uma hora e meia, músicas de Luiz Gonzaga, Ranchinho de Paia, do potiguar Chico Elion, lembra o Zé Dantas, é muito bom”, recorda.

Chiquinha começou carreira após briga

Levada nos anos 50 ao Rio de Janeiro pelo irmão mais famoso, Luiz Gonzaga, Chiquinha deslanchou na carreira somente depois de uma briga que teve com Marieta, mulher de Gonzagão. Perguntada sobre o assunto, ela lembra do sufoco que foi quando o rei do baião anunciou o fim do grupo que reunia a família. “Na época a gente chegou ao Rio de Janeiro e fizemos `Os Sete Gonzagas´ (grupo formado pelos seus irmãos e que valeu um documentário gravado em 1952 pela televisão canadense). A gente gravou um programa de televisão e iria renovar por mais um ano. Só que a Marieta era muito encrenqueira e falou alguma coisa para o Luiz Gonzaga, que ficou bravo, e disse para os seis irmãos: `agora que todo mundo sabe cantar´, vai cada um procurar o seu rumo que vou tomar o meu caminho. Mas só eu segui carreira. Tem outras duas irmãs minhas que cantam, mas não é profissionalmente. Então meu outro irmão Zé Gonzaga me deu um fole de oito baixos para que eu aprendesse a tocar em seis meses. Quando deu o tempo, ele fez um teste e disse que eu estava pronta para fazer show. E Severino Januário me ajudou a gravar o primeiro CD”, conta ela que gravou cinco vinis e dois CDs.



20 anos sem Gonzagão // Em respeito a Januário Chiquinha Gonzaga, irmã do Rei do Baião, primeira mulher a tocar os oito baixos, dá continuidade à tradição da família


Aos 82 anos, Francisca Januária dos Santos, que divide o nome de Chiquinha Gonzaga com a célebre pianista e


Chiquinha diz que teve que se virar sozinha para levantar o nome que carrega e não contou com a ajuda do irmão famoso. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A. Press
compositora brasileira, trabalha para manter viva a alma musical da família do maior compositor e representante da cultura nordestina. Luiz Gonzaga se foi há 20 anos. Com o irmão, ela aprendeu o baião e o xaxado. Aprendeu também que a fama não vem sem sacrifício pessoal, e que laços sanguíneos não significam, necessariamente, ajuda mútua. Ela teve que se virar sozinha para firmar o nome que carrega. A primeira mulher a tocar os oito baixos caiu nas graças de Gilberto Gil, que produziu o CD Pronde tu vai, Luiz? Ela dá continuidade à tradição familiar, principalmente do pai. "É preciso manter a tradição de meu pai Januário, o maior sanfoneiro que o Nordeste já teve", diz ela, que não deixa de cantar os versos que tanto gosta. "Luiz, respeita Januário/ Luiz, respeita Januário/ Luiz, tu pode ser famoso mas teu pai é mais tinhoso/ E com ele ninguém vai, Luiz/ Respeita os oito baixo do teu pai".

A infância em Exu

Nós éramos um povoado em uma cidadezinha muito pequena, pacata. Os nove filhos de Januário e Santana, todos nós, gostávamos muito das festas que tinha lá, no Natal ou em outras ocasiões, para nós era a maior riqueza. Meu pai já tocava nas festas, nós dançando. Tudo era festejado com forró. Aí a gente foi crescendo, Luiz foi para o meio do mundo e depois a gente. Mas hoje Exu tá do mesmo jeito, mudou um pouquinho só. A última vez em que estive lá foi em dezembro do ano passado. Eu gosto, chego lá e me dá recordação.

A partida de Luiz

Ele tinha uma namorada lá de Exu, e o pai da moça não aprovava o namoro. Quando ele recebeu uma surra dos meus pais, resolveu ir embora. E a gente ficou lá. Era estranho ter um a menos.

Saída de Exu

Em Exu tinha dois políticos grandes, que mandavam em tudo. Eu não sei direito a razão, mas meu pai se desentendeu com eles. Minha mãe mandou logo um telegrama para Luiz, que estava no Rio de Janeiro. Ele queria voltar para Exu dizendo que ia matar gente, era metido a valente. Um amigo o aconselhou a não fazer isso e mandar as passagens para que a gente fosse encontrar com ele.

A construção da carreira

Eu só fui subir no palco profissionalmente aos 41 anos. Mas desde pequena tocava aquela sanfoninha, escondida de todos. Quando chegamos ao Rio de Janeiro, Gonzaga montou um show com todos nós, ensaiamos durante um mês com o Dr. Roberto Teixeira. Mas eu era a que mais gostava de aparecer. Ficou muito bonito o show, que se chamava "Os sete Gonzagas". Naquela época foi um sucesso tão grande que quiseram que a gente continuasse por mais um ano. Só que Luiz disse que não, que ia ser só ele e que a gente se virasse. "Vão seguir a carreira de vocês." Aquilo me magoou muito.

Eu disse: "apois eu vou." Eu parei de me apresentar em 1951. Levei mais de uma década cuidando da família. Depois meu irmão Severino Januário me ajudou, me colocou em cima do palco, isso em 1973. Fui para São Paulo gravar meu primeiro vinil. Eu viajava de 15 em 15 dias para tocar forró em São Paulo.

Sucesso de Chiquinha e relação com Gonzaga

Depois que ele casou com Helena, ficou mais distante. A sogra dele falava: "Luiz, você não fique trabalhando com Chiquinha, não, que ela pode passar na sua frente". Ela tinha um ódio da gente tão grande. Como é que eu ia botar Gonzaga para trás? Ele era casado, mas a velha é que dirigia tudo.

Filhos de Gonzagão

Gonzaguinha nunca foi muito próximo da família. Mas Rosinha é que não chegava nem perto de nós. Ela teve um único filho que não deixava a gente pegar. É uma história triste, a dela. Não tenho mais contato com ela, ela é muito fechada. A família continua acontecendo sem ela.

Planos

Hoje em dia eu estou preguiçosa para tocar. Mas levei uma bronca do Gilberto Gil. Ele disse: "Você foi a primeira mulher que tocou com 'isso' debaixo do braço, vai ter que tocar". Ainda mais agora que os Gonzagas foram morrendo e a tradição não pode se perder. Aí agora a gente tá com esse show "O forró dos Gonzagas", onde participamos eu, Joquinha, Daniel e Sérgio.

domingo, 15 de agosto de 2010

Entrevista com Joquinha Gonzaga

joquinha gonzaga




Biografia de Joquinha Gonzaga
JOÃO JANUÁRIO MACIEL, “JOQUINHA GONZAGA”, nascido em 01 de abril de 1952, no Rio de Janeiro, filho de Raimunda Januário (Dona Muniz, segunda irmã de Luiz Gonzaga) e João Francisco Maciel.



No final da década de 1940, o “Rei do Baião” LUIZ GONZAGA formou o primeiro núcleo Nordestino no Sul do país trazendo sua família composta pelo seu pai Januário, sua mãe Santana, suas irmãs Muniz, Geni, Socorro e Chiquinha Gonzaga e seus irmãos Aluízio, Zé Gonzaga e Severino Gonzaga. Se instalaram em um Sítio em Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias-RJ, mais conhecido como Sítio dos Gonzagas, onde eram realizadas grandes festas como casamentos, batizados, aniversários, novenas, etc., sempre com muitos convidados, músicas, comidas típicas nordestinas e a presença de grandes artistas famosos como Maria Inês, Abdias, Trio Nordestino, Dominguinhos entre outros. Foi neste meio que nasceu e cresceu JOQUINHA GONZAGA, nome artístico dado por seu tio Gonzagão, que o presenteou com uma sanfona de oito baixos (pé de Bode) quando ele tinha apenas 12 anos.

Após dois anos, reconhecendo o talento do seu sobrinho, Gonzagão trocou os oito baixos por um Acordeon. JOQUINHA começou sua escola tocando em festas e forrós no Rio de Janeiro e, posteriormente, viajando por todo o Nordeste acompanhando o REI DO BAIÃO como músico (sanfoneiro).

Em 1986 JOQUINHA GONZAGA gravou o seu primeiro disco pela gravadora TOP TAPE, intitulado FORRÓ CHEIRO E CHAMEGO. Em seguida, a convite de seu tio GONZAGÃO, viajou numa turnê à EUROPA-FRANÇA e participou de muitos outros shows já como artista convidado do Rei. A sua maior alegria foi receber o seu primeiro Diploma, quando o REI declarou em público, registrando oficialmente, que JOQUINHA seria o seguidor cultural da Família Gonzaga.

Em 1988 JOQUINHA foi convidado a participar de uma faixa (Dá licença pra mais um) no disco “Aí Tem...” de Luiz Gonzaga, música cuja letra realmente registra o fato:


SE É DE PAI PRA FILHO, DE FILHO PARA PAI
DE SOBRINHO PRA TIO ALGUMA COISA SAI
ENTÃO VOU POR AÍ, POR ESSE MUNDO VOU
USANDO ESSA HERANÇA DO MEU TIO E DO VOVÔ...

Em 1989 Joquinha Gonzaga grava seu segundo disco pela Copacabana interpretando músicas do seu Tio Luiz Gonzaga. Foi quando o cantor despertou, assegurando o seu espaço artístico no meio do público do Rei, principalmente no Nordeste e, ainda mais, no sertão Pernambucano.

Em 1990 grava o LP “É SÓ REMEXER”, ainda na Copacabana. Em virtude da perda irreparável do seu tio, o Rei do Baião, em agosto de 1989, e, posteriormente, o súbito acidente que vitimou o seu primo Gonzaguinha que, na época, organizava o Museu do Gonzagão, no Parque Aza Branza em Exu-PE, e o acervo do “REI”, Joquinha Gonzaga, que era o “braço direito” da família, junto ao seu irmão piloto, se transferiram, de vez, da cidade do Rio de Janeiro para Exu com a finalidade de cuidar dos interesses do seu tio e seu primo “Gonzagão e Gonzaguinha”, havendo, portanto, um bloqueio temporário, a nível nacional, de sua carreira artística.








Joquinha Gonzaga na cidade de Exu e Região:




De 1990 a 1993 se dedicou aos shows regionais procurando manter as tradições do seu tio Gonzagão, participando ativamente de grandes eventos como a “MISSA DO VAQUEIRO”, em Serrita, e ajudando e coordenando a grande festa de 13 de dezembro, aniversário do Rei do Baião, evento tradicional no Parque AZA BRANCA, comemorado desde o Gonzagão em vida, no qual, todos os anos, apresentam-se grandes artistas de expressão no cenário nacional como Raimundo Fagner, Elba Ramalho, Tânia Alves, Dominguinhos, Alcimar Monteiro, Maria Inês, Marinalda, Valdones, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga e Artistas da Região.

Ainda em 1993, Joquinha Gonzaga grava o seu quarto LP, pela SOMARJ, com o título de “SOMBRINHO DE GONZAGÃO E NETO DE JANUÁRIO”, sendo esse trabalho ainda executado a nível regional, porém bem sucedido, intensificando seus shows e se tornando cada vez mais conhecido nos estados do Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia, principalmente nos festejos juninos, que também eram o forte de seu Tio Gonzagão.

No início de 1996, Joquinha Gonzaga recebe um convite-proposta de um grande forrozeiro, amigo e afilhado do Rei do Baião, ALCIMAR MONTEIRO, que, como prova de amizade que tinha pelo Rei, cria o selo INGAZEIRA e lança mais um LP e CD com o sobrinho do Gonzagão, numa superprodução com título “RAIZ E TRADIÇÃO, trazendo algumas participações como o próprio ALCIMAR MONTEIRO, JOÃOZINHO DO EXU e MAÍDA (cantora pernambucana).

Em 1997, Joquinha Gonzaga lança seu sexto trabalho com a mesma produção anterior, ou seja, selo “INGAZEIRA DISCO”, com a produção de Alcimar Monteiro, intitulado “CARA E CORAÇÃO”, com músicas de compositores autênticos como João Silva, Dijesus, Alberto e do próprio Joquinha Gonzaga, dando continuidade a cultura e a música de seu Tio Gonzagão.

Nesse mesmo ano, Joquinha Gonzaga participou cantando a música TACACÁ, do álbum duplo que Dominguinhos fez com 22 artistas da MPB, onde cada um deles canta uma faixa com Dominguinhos com músicas só de Luiz Gonzaga e entre eles participou FAGNER, GILBERTO GIL, ELBA RAMALHO, CHICO BUARQUE, DANIEL GONZAGA (primo de Joquinha) e outros.

Em 1998 Joquinha Gonzaga participou da homenagem “TRIBUTO A LUIZ GONZAGA” em Nova York, no LINCON CENTER FESTIVAL, junto com Oswaldinho do Acordeon e Daniel Gonzaga, onde teve um público de 10 mil pessoas.

Em 2000 Joquinha Gonzaga grava seu sétimo CD com uma produção independente intitulado de “MALA E CUIA” com a participação especial de Daniel Gonzaga na faixa “Espelhos das Águas do Itamaragy” , autoria de Gonzaguinha e Joquinha Gonzaga, onde Daniel interpreta muito bem e lembra a voz do seu pai Gonzaguinha. Tem a participação de João Cláudio imitando muito bem a voz do Gonzagão.

Em 2004 grava seu oitavo CD com a produção independente, intitulado “SANFONEIRO DA SERRA DO ARARIPE”, em uma apresentação de seu Tio Gonzagão, em 1988, na Missa do Vaqueiro, em Serrita, Pernambuco, ele aproveitou e colocou na primeira faixa uma gravação em que ele apresentou Joquinha Gonzaga como herdeiro cultural da família, não pra ser Rei do Baião, mas pra ser um Seguidor do Baião.

Em 2006 grava seu nono CD intitulado “CANTOS E CAUSOS DE GONZAGÃO”, em que Joquinha Gonzaga fala de três causos que presenciou nas viagens em que fez com seu Tio Lula, canta quatro músicas conhecidas de Gonzagão, músicas de sua autoria e de compositores conhecidos nacional e regionais.

Essa é a história de Joquinha Gonzaga, sempre defendendo a verdadeira música Nordestina e a cultura do seu Tio Gonzagão tocando sanfona e decantando as coisas do Sertão.


Discografia
Discos de Carreira



01

Forró, Cheiro e Chamego

Ano: 1986

Gravadora: Top Tape








02

Joquinha Gonzaga

Ano: 1989

Gravadora: Copacabana








03

É Só Se Remexer

Ano: 1990

Gravadora: Copacabana








04

Sobrinho de Gonzagão, Neto de Januário

Ano: 1993

Gravadora: SOMARJ








05

Raiz e Tradição

Ano: 1996

Gravadora: Ingazeira








06

Cara e Coração

Ano: 1997

Gravadora: Ingazeira








07

De Mala e Cuia

Ano: 2000

Produção Independente








08

Sanfoneiro da Serra do Araripe

Ano: 2004

Produção Independente








09

Cantos e Causos do Gonzagão

Ano: 2006

Produção Independente









Participações

01

Gonzagão - Aí Tem

Ano: 1989

Gravadora: Copacabana

Participação na música Dá Licença Pra Mais Um






02

Dominguinhos & Convidados Cantam Luiz Gonzaga

Ano: 1997

Gravadora: Universal

Participação na música Tacacá






03

Flávio Baião - Na Varanda do Rei

Ano: 2003

Produção Independente

Participação na música São João Tradição






04

Xico Bizerra - Forroboxote 04

Ano: 2005

Produção Independente

Participação na música Toró de Alegria






05

Xico Bizerra - Forroboxote 06

Ano: 2007

Produção Independente

Participação na música Jorge da Lua






06

Chiquinha Gonzaga - Oito & Oitenta

Ano: 2006

Produção Independente

Participação na música Sabino






07

Targino Gondim - Achando Bom!!!

Ano: 2007

Produção Independente

Participação na música Começo de Namoro

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Luiz Gonzaga -- Sete Meninas (Part. Especial Dominguinhos) - Vídeo Oficial

Dominguinhos Programa do Jô

DOMINGUINHOS & SANFONEIROS - PRÊMIO TIM 2008

Dominguinhos - De Volta Pro Meu Aconchego E Gostoso de Mais

Eu Só Quero Um Xodó - de Dominguinhos e Anastácia

Dominguinhos, herdeiro de Luiz Gonzaga


Entrevista: Dominguinhos, herdeiro de Luiz Gonzaga

Diário de Pernambuco

Por André Dib do Diário de Pernambuco

A história de Dominguinhos e Luiz Gonzaga começou em 1950. Época de ouro do baião, onde Gonzaga era o Rei e Dominguinhos era José Domingos de Morais, um menino de oito anos que tocava com os irmãos em Garanhuns. Quatro anos depois, foi Chicão, o pai biológico, quem fez a ponte entre o pequeno músico e o futuro pai artístico, que recebeu a família Morais dando de presente uma sanfona de 80 baixos. "Para nós era o céu", conta Dominguinhos, em entrevista ao Diario.

Não tardou e Dominguinhos vingou. Consagrado por público e crítica, ele não só deu continuidade, como evoluiu e ampliou o legado da sanfona nordestina. A seguir, ele fala sobre a vivência com o mestre e os rumos do fole prateado, instrumento que um dia brilhou nas mãos de Januário e Gonzagão e hoje segue firme com o talento e a simpatia de seu herdeiro.

Como Dominguinhos descreve Luiz Gonzaga?

Como o mais importante artista criador que esteve na sustentação da música popular nordestina. Ele foi essa figura que, sem atentar muito para isso, deixou uma imensa obra para seguir e aprender para que ele continue sendo lembrado e sua herança jamais se perca.

Desde garoto vocês trabalharam com bastante proximidade. Como foi a convivência com o Rei do Baião?

Ele era aquele sertanejo puro, forte, gente boa. Era duro, às vezes, fazia a gente ficar um pouco assustado, mas imediatamente tudo voltava para o lugar, sem encrenca, pedia desculpas.

Ele também era conhecido como pessoa generosa, com muitos apadrinhados. Isso chegava a ser um problema?

Era meio de veneta. Fazia as coisas meio no rompante, nem sempre acertava. Dava uns foras porque deixava pessoas que não tinham nada a ver se aproximar. Depois caia em si e reclamava. Mas era um ser humano muito bondoso. Enxergava quando um homem tinha valor. Não tinha ciúme. Fazia o trabalho dele e quem quisesse se encostar,não tinha problema.

Gonzaga tinha vários afilhados, mas nomeou você como único herdeiro.

Eu tinha 16 anos quando ele me apresentou como herdeiro artístico. Fiquei surpreso, na época nem sabia o que era isso. Estava gravando com ele numa sessão da RCA, no Rio de Janeiro. Era minha primeira vez no estúdio e ele saiu-se com essa. Zito Borborema, eu e Miudinho formamos o primeiro Trio Nordestino nessa mesma sessão. A gente cismou de fazer um trio como Gonzaga gostava de tocar e passamos a ensaiar. Depois saímos pra viajar pelo Nordeste. Também foi a primeira vez que andei de avião!

Por algum tempo, você também foi o motorista de Gonzagão, não é?

Sim, em algumas viagens, nos anos 60. Às vezes, ele nem ia junto, viajava de avião. Ele queria me levar para o Nordeste com Anastácia, minha parceira. E o jeito que ele arranjou era que eu fosse útil também fazendo propaganda nos lugares onde chegava, com uma corneta em cima do carro. Eu fazia propaganda, abria os shows, depois ele se juntava e fazia o resto do show. Essas viagens foram extraordinárias, eu aprendi muito. Nem Gonzaguinha tirou proveito como eu.

Por falar nisso, você ter sido o preferido de Gonzaga causava ciúmes da parte de Gonzaguinha?

Olha, se tinha ciúmes ou não, eu não prestava muito atenção (risos). Não ligava pra isso. Quando ele se chegou realmente para viver com o pai, eu já estava no convívio com Gonzaga há bem mais tempo. E nós fizemos uma amizade muito proveitosa, fomos parceiros. Não tinha besteira com ele não.

Quando você encontrou Luiz Gonzaga pela primeira vez?

Conheci Luiz Gonzaga em Garanhuns, com oito anos de idade. Eu tocava na porta do Hotel Tavares Correia com meus dois irmãos. Morais tocava a sanfoninha de oito baixos, eu tocava pandeiro e Valdomiro, o melê. Eu nem sabia quem ele era e ele deu dinheiro a meu pai e seu endereço no Rio de Janeiro. Depois eu e meus irmãos fomos para Olinda, onde ficamos internos por quatro anos na Escola Prática e Comercial. Depois, andamos muito pelo interior tocando e pegando bigú em caminhão. Quando meu pai se desenganou e viu que não tinha jeito, não dava pra ficar mais, disse: "vamos para o Rio de Janeiro procurar Luiz Gonzaga". Meu irmão Morais já tinha ido fazia um ano com um amigo, Zé Paulo e pai tiveram a coragem de ir. Pegamos um caminhão e viajamos por onze dias. E deu certo. Foi aí que me juntei com Gonzaga.

Nos anos 60, Luiz Gonzaga amargou uma baixa na carreira, os discos não vendiam tão bem, o baião havia saído da moda. Como foi enfrentar esse momento?

Às vezes ele se desarvorava, se precipitava. Se aperreava, queria deixar o baião de lado, dizia que o povo não gostava mais dele. Mas isso era num dia. No outro, ele já estava com o pé na estrada. Continuou gravando e falando do Nordeste.

Nos anos 70 o acordeon foi reinserido na MPB e você fez parte disso.

Nos anos 50 havia o Mário Mascarenhas. Com o aparecimento da bossa nova, o acordeon começou a desaparecer, principalmente por causa do violão, da guitarra e o teclado, que saiu da igreja para tocar o iê-iê-iê. De repente, todo mundo começou a achar o acordeon pesado. Mas eu fiquei, assim como Chiquinha, também Chinoca, cearense do tempo da rádio Nacional que está no Rio até hoje, Edinho, tinha o Caçulinha, Orlando Silveira, Sivuca, que foi pra fora do País e voltou 18 anos depois. Até que o acordeon voltou a despontar devido à influência de Gilberto Gil e Gal Costa, que me colocaram pra tocar representando o Brasil na Midem (na França, em 1973) e depois gravando o disco Índia, no lugar do tecladista.

José Domingos de Morais, conhecido como Dominguinhos


José Domingos de Morais (Garanhuns, 12 de fevereiro de 1941), conhecido como Dominguinhos, é um instrumentista, cantor e compositor brasileiro.

Exímio sanfoneiro, teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Tem em sua formação musical influências de baião, bossa nova, choro, forró, xote, jazz etc.

Luiz Gonzaga deu o tom e Dominguinhos seguiu a melodia na sanfona. Mais do que aprender, o discípulo inovou a arte do mestre. Dominguinhos emprestou a sanfona sotaques novos e diferentes. Não abandonou o baião de seu padrinho, mas também não deixou de brincar em outras praias da música brasileira. O trabalho de Dominguinhos é mais uma prova de que pouco importa os sotaques ou origens quando trata de fazer música. No universo dos sons e dos ritmos o que conta mesmo é a sensibilidade, responsável pela emoção e o talento, capazes de transformar ideias e conceitos em obras de arte.

Esses são os ingredientes mais constantes na trajetória do pernambucano de Garanhuns José Domingos de Morais, o Dominguinhos, tendo como pano de fundo um grande talento, eles compõem o quadro da vida de um dos importantes artistas brasileiros da atualidade

Um músico é a síntese de diferentes elementos, como talento, inspiração, força de vontade, perseverança e oportunidade. Uma mistura que resulta em arranjos e harmonias. No caso de Dominguinhos, essa composição surgiu a partir da origem nordestina, da luta por uma vida digna, do temperamento calmo e da disposição em assimilar novas informações. A isso se juntaram os temperos brasileiros tradicionais, as pitadas de sonhos modestos que habitam o mundo do povo.

Dominguinhos em geral parte da música para depois chegar à letra. Muitas vezes, são os parceiros que se encarregam dos versos. O sanfoneiro percorre os temas, de modo instintivo, achando saídas e descobrindo caminhos. Ele nunca estudou música formalmente, mas desenvolveu habilidade singular no manejo do acordeom. Quando as músicas ficam prontas, são, sem dúvida, o resultado audível do artista que é Dominguinhos, mesclado a informações recolhidas nos caminhos percorridos. Ao lado da identificação com as imagens, Dominguinhos exerce seu ofício tocando também outros ritmos. O talento e a habilidade lhe garantiram autonomia para trilhar diversas veredas musicais, sem que, no entanto, isso tenha significado, em momento algum, abandono de suas raízes essencialmente nordestinas. “Tocar, eu toco de tudo mesmo. Depois que você tem experiência, não é difícil tocar com o Gil, com Gal, com quem quer que seja, porque eles começam uma música e você já sabe pra onde vai, já sabe tudo. Agora, é só quando eu toco toada, baião e forró é que eu sinto aquela coisa flamejante aqui no peito.”

Dominguinhos teve os primeiros anos embalados pelos sons tirados da sanfona de seu pai. Nos anos seguintes, a música acabou determinando os rumos de sua vida e construindo as imagens de toda a família. Dominguinhos conseguiu uma façanha: criou uma obra que é, ao mesmo tempo regional e universal. Ao absorver a qualidade de sua sanfona, a MPB ficou mais rica e criativa.

[editar] Prêmios
Em 2002, Dominguinhos foi vencedor do Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho.

Após cinco anos sem lançar um trabalho solo, Dominguinhos voltou em 2006 a gravar pela Eldorado na qual Conterrâneos 2006, agraciado no Prêmio TIM (2007) na categoria Melhor Cantor Regional.

Em 2007, Dominguinhos, concorreu ao 8º Grammy Latino com mesmo álbum na categoria melhor disco regional.

Em 2008, Dominguinhos foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira.

Em 2010, foi o vencedor do Prêmio Shell de Música 2010.[1]


Discografia

1964 - Fim de Festa
1965 - Cheinho de Molho
1966 - 13 de Dezembro
1973 - Lamento de Caboclo
1973 - Tudo Azul
1973 - Festa no Sertão
1974 - Dominguinhos e Seu Acordeon
1975 - Forró de Dominguinhos
1976 - Domingo, Menino Dominguinhos
1977 - Oi, Lá Vou Eu
1978 - Oxente Dominguinhos
1979 - Após Tá Certo
1980 - Quem me Levará Sou Eu
1981 - Querubim
1982 - A Maravilhosa Música Brasileira
1982 - Simplicidade
1982 - Dominguinhos e Sua Sanfona
1983 - Festejo e Alegria
1985 - Isso Aqui Tá Bom Demais
1986 - Gostoso Demais
1987 - Seu Domingos
1988 - É Isso Aí! Simples Como a Vida
1989 - Veredas Nordestinas
1990 - Aqui Tá Ficando Bom
1991 - Dominguinhos é Brasil
1992 - Garanhuns
1993 - O Trinado do Trovão
1994 - Choro Chorado
1994 - Nas Quebradas do Sertão
1995 - Dominguinhos é Tradição
1996 - Pé de Poeira
1997 - Dominguinhos & Convidados Cantam Luiz Gonzaga
1998 - Nas Costas do Brasil
1999 - Você Vai Ver o Que é Bom
2001 - Dominguinhos Ao Vivo
2001 - Lembrando de Você
2002 - Chegando de Mansinho
2004 - Cada un Belisca un Pouco (com Sivuca e Oswaldinho do Acordeom, Biscoito Fino)
2005 - Elba Ramalho & Dominguinhos
2006 - Conterrâneos
2007 - Canteiro (Participação Especial no CD de Margareth Darezzo)
2008 - Yamandu + Dominguinhos

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

21 anos sem Gonzagão Homem que influenciou gerações


21 anos sem Gonzagão Homem que influenciou gerações e que traduziu a alma nordestina com a sanfona no peito gerou a maior herança: o forró
Severino Lopes // severinolopes.pb@dabr.com.br

Com a sanfona no peito, Luiz Gonzaga traduziu a alma nordestina. Andou pelo chão duro da região carregando no coração o sentimento de seu povo. O artista que se tornaria o "Rei do Baião" fez história na música brasileira. Há 60 anos, ele gravou o "Forró de Mane Zito", a primeira música a ser batizada de forró. Dai pra frente, o forró ganhou impulso. Inegavelmente Luiz Gonzaga influenciou diretamente na carreira de centenas de artistas nordestinos que como ele defende o forró pé de serra em que a sanfona é magestade insubstituível.


Consagrado, Luiz cantou o cotidiano do povo nordestino Foto: Asa Branca/Divulgação
Há exatamente 21 anos, Luiz Gonzaga, um dos maiores ícones da música brasileira partiu. A voz melodiosa que cantou a seca, a dor, as alegrias, fé e esperança do nordestino se calou. A velha sanfona, eterna companheira de anos de estrada, parou de tocar. Ficou apenas a obra e um legado enorme. Sua morte abriu uma lacuna impreenchível na música regional, mas inspirou outros artistas a continuarem na estrada defendendo a bandeira forró. Oartista que morreu no dia 2 de agosto de 1989, às 15h15, no Hospital Santa Joana, Recife, onde estava internado há 42 dias, partiu deixando para seus sucessores, a missão de continuarem divulgando sua obra.

Em mais de 50 anos de carreira, Luiz Gonzaga compôs cerca de 700 músicas, popularizou a sanfona e fez questão de escolher o herdeiro que levaria adiante o gênero onde cabem todos os ritmos nordestinos. Dominguinhos não esquece o dia em que recebeu o reconhecimento "Eu ainda lembro o dia em que ele me apresentou, o herdeiro artístico dele. Eu tinha 16 anos. Foi uma emoção muito grande", lembrou Dominguinhos, na última sexta-feira, em entrevista ao DB. "Luiz Gonzaga segundo Dominguinhos, foi único. Sua música foi universal e transpôs o Nordeste".

Com mais de 50 anos de carreira e tido como o sucessor de Luiz Gonzaga, Dominguinhos garante que a obra de Gonzagão foi eternizada e criou uma identidade cultural no Nordeste. "A música dele é universal", sublinhou. Conhecido como o "Rei do Baião", Luiz Gonzaga abriu novas fronteiras para o forró e influenciou centenas de artistas. Inegavelmente, o homem que nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, município de Exu, localizado no sopé da Serra do Araripe, Pernambuco, fez o forró romper fronteiras. Depois dele, outros artistas surgiram, como Marinês, eterna 'rainha do xaxado' e Elba Ramalho.

Batizado 'de rei do xote', Flávio José é um dos forrozeiros que se sente discípulo de Luiz Gonzaga e não nega que o 'rei do baião' influenciou em sua obra. "Tudo começou com Luiz Gonzaga. Ele é o responsável por tudo isso", reafirmou ao DB, o 'Caboclo Sonhador" . Em seus shows faz questão de cantar músicas de Gonzagão.

Nesse universo de majestade, o 'rei do forró' também bebe na fonte do 'rei do baião'. Alcymar Monteiro garante que sua carreira teve influência do pernambucano de Exú. Para Alcymar, a obra de Gonzagão é universal. "Não tem como falar em forró sem associar a Luiz Gonzaga", disse. O pesquisador José Lira garante que a obra de Luiz Gonzaga criou um sentimento no Nordeste, e por isso, influenciou tantos artistas.

A morte de LUIZ GONZAGA - 02-08-1989

Entrevista de luiz Gonzaga ao Jornal Hoje da tv Globo

11/06/78 - Morre Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga

LUIZ GONZAGA - SOM BRASIL




Onde nasceu luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga no Perdidos na Noite (Faustão)

Espaço cultural faz homenagem aos 21 anos da morte de Luiz Gonzaga

Desde as 5h desta segunda-feira (2), no espaço cultural Nosso Quintal, em San Martin, 30 sanfoneiros tocam músicas do cantor e compositor

Um dia de homenagens ao Rei do Baião. Nesta segunda-feira (2) faz 21 anos da morte de Luiz Gonzaga. Desde as 5h, no espaço cultural Nosso Quintal, em San Martin, 30 sanfoneiros tocam músicas do cantor e compositor, que nasceu no Sertão de Pernambuco.

“Fico feliz em estar participando. Ele presenteou muitas sanfonas, e eu tive a sorte de receber uma”, contou Paulinho do Acordeom.

“A concentração começou às 5h. A partir das 8h, servimos o café da manhã e, depois, haverá palestra com Zé Mauro, sobre a obra de Gonzaga. Augustinho do Acordeom, que trabalhou muito com Gonzaga, também será homenageado. Arlindo Moita faz uma apresentação, mostrando a diferença dos ritmos”, contou o produtor cultural, Marcos Veloso.

No memorial Luiz Gonzaga, no pátio de São Pedro, também haverá homenagem. “A partir das 18h, haverá pequeno ato religioso no palco do pátio. Depois haverá show de Cláudia Almeida e da Escola de Carnaíba. O memorial também comemora 2 anos de inauguração, com o lançamento de um livro”, falou a gerente do memorial, Lêda Dias.