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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

21 anos sem Gonzagão Homem que influenciou gerações


21 anos sem Gonzagão Homem que influenciou gerações e que traduziu a alma nordestina com a sanfona no peito gerou a maior herança: o forró
Severino Lopes // severinolopes.pb@dabr.com.br

Com a sanfona no peito, Luiz Gonzaga traduziu a alma nordestina. Andou pelo chão duro da região carregando no coração o sentimento de seu povo. O artista que se tornaria o "Rei do Baião" fez história na música brasileira. Há 60 anos, ele gravou o "Forró de Mane Zito", a primeira música a ser batizada de forró. Dai pra frente, o forró ganhou impulso. Inegavelmente Luiz Gonzaga influenciou diretamente na carreira de centenas de artistas nordestinos que como ele defende o forró pé de serra em que a sanfona é magestade insubstituível.


Consagrado, Luiz cantou o cotidiano do povo nordestino Foto: Asa Branca/Divulgação
Há exatamente 21 anos, Luiz Gonzaga, um dos maiores ícones da música brasileira partiu. A voz melodiosa que cantou a seca, a dor, as alegrias, fé e esperança do nordestino se calou. A velha sanfona, eterna companheira de anos de estrada, parou de tocar. Ficou apenas a obra e um legado enorme. Sua morte abriu uma lacuna impreenchível na música regional, mas inspirou outros artistas a continuarem na estrada defendendo a bandeira forró. Oartista que morreu no dia 2 de agosto de 1989, às 15h15, no Hospital Santa Joana, Recife, onde estava internado há 42 dias, partiu deixando para seus sucessores, a missão de continuarem divulgando sua obra.

Em mais de 50 anos de carreira, Luiz Gonzaga compôs cerca de 700 músicas, popularizou a sanfona e fez questão de escolher o herdeiro que levaria adiante o gênero onde cabem todos os ritmos nordestinos. Dominguinhos não esquece o dia em que recebeu o reconhecimento "Eu ainda lembro o dia em que ele me apresentou, o herdeiro artístico dele. Eu tinha 16 anos. Foi uma emoção muito grande", lembrou Dominguinhos, na última sexta-feira, em entrevista ao DB. "Luiz Gonzaga segundo Dominguinhos, foi único. Sua música foi universal e transpôs o Nordeste".

Com mais de 50 anos de carreira e tido como o sucessor de Luiz Gonzaga, Dominguinhos garante que a obra de Gonzagão foi eternizada e criou uma identidade cultural no Nordeste. "A música dele é universal", sublinhou. Conhecido como o "Rei do Baião", Luiz Gonzaga abriu novas fronteiras para o forró e influenciou centenas de artistas. Inegavelmente, o homem que nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, município de Exu, localizado no sopé da Serra do Araripe, Pernambuco, fez o forró romper fronteiras. Depois dele, outros artistas surgiram, como Marinês, eterna 'rainha do xaxado' e Elba Ramalho.

Batizado 'de rei do xote', Flávio José é um dos forrozeiros que se sente discípulo de Luiz Gonzaga e não nega que o 'rei do baião' influenciou em sua obra. "Tudo começou com Luiz Gonzaga. Ele é o responsável por tudo isso", reafirmou ao DB, o 'Caboclo Sonhador" . Em seus shows faz questão de cantar músicas de Gonzagão.

Nesse universo de majestade, o 'rei do forró' também bebe na fonte do 'rei do baião'. Alcymar Monteiro garante que sua carreira teve influência do pernambucano de Exú. Para Alcymar, a obra de Gonzagão é universal. "Não tem como falar em forró sem associar a Luiz Gonzaga", disse. O pesquisador José Lira garante que a obra de Luiz Gonzaga criou um sentimento no Nordeste, e por isso, influenciou tantos artistas.

2 comentários:

  1. A influência da sanfona na música


    Quando Luiz Gonzaga gravou sua primeira música em 1950, a sanfona já existia. Só que foi o 'rei do baião' com seu jeito diferente de tocar, popularizou o instrumento, criando uma identidade musical própria no Nordeste. A partir dele, outros artistas passaram a tocar o instrumento. Herdeiro, o sanfoneiro Dominguinhos garante que Luiz Gonzaga não só popularizou a sanfona, mas conseguiu incluir o instrumento em outros estilos musiciais influenciando artistas de todos os gêneros. Segundo Dominguinhos, ao popularizar a sanfona, quebrou muitos precoceitos que existiam na época.

    Ele conta que nos anos 70 era difícil um nordestino chegar no sul do país com chapéu de couro na cabeça, e sanfona debaixo dos braços e ser bem aceito. Luiz Gonzaga quebrou esse paradigma. "Ele inventou o baião e tocou a sanfona de uma fornma muito especial. Eu aprendi muito com ele", disse. Se Luiz Gonzaga foi o grande responsável pela popularização da sanfona, Dominguinhos foi o homem que conseguiu fazer com que o instrumento deslanchassede vez no Nordeste. Por telefone, o sanfoneiro disse que nos anos 70 no advento da Bossa Nova muitos artistas haviam se recusado a tocar sanfona, substituindo por outros instrumentos. Muitos músicos deixaram a sanfona de lado e passaram a investir na guitarra, baterias para tocar piano e violão. "Eu mesmo não fui tocar violão porque não sabia" disse em ton de riso Dominghinhos.

    Já prevendo que no futuro seria escolhido sucessor de Luiz Gonzaga, Dominguinhos começou em 1972 uma campanha pelo uso da sanfona por parte dos artistas da época que passavam em outros gêneros musiciais como a MPB. Para isso, contou com a ajuda de Gal Costa e de Gilberto Gil. Os dois baianos chamaram Dominguinhos para tocar o instrumento em seus shows. "Gil e Gal foram importantes nesse processo", revelou. A volta de Sivuca do exterior, ajudou ainda mais a tornar a sanfona popular. Além do mais, outros sanfoneiros da época como Chiquinho do Acordeon e Orlando Silveira, entraram no movimento.

    A partir da aí, a sanfona deslanchou de vez, passando não só a se tocada no forró e o baião, mas a influenciar outros segmentos musiciais como o forró eletrônico e forró universitário. Hoje, a sanfona está presente em todas as bandas. Todas as duplas sertanejas e até nos shows de rock e MPB.

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  2. O maior divulgador da alma nordestina


    Considerado o maior divulgador do sentimento e da alma nordestina Luiz Gonzaga permanece vivo na memória do povo da região, e nos artistas que defendem sua obra. Em Campina Grande o Rei do Baião é lembrado não só pelos forrozeiros que cantam sua música, mas por um Museu instalado no bairro de Santa Rosa, e em Monumento erguido nas margens do Açude Velho. Criado pelo pesquisador José Nobre

    O Museu Luiz Gonzaga guarda parte do acervo do "Rei do Baião". Ele contém um rico acervo com cerca de 6.500 discos, fotos, jornais, entrevistas, vídeos e filmes sobre Luiz Gonzaga. Além de ser aberto para visitação ao público, também serve como um centro de pesquisas musicográfica para divulgação da música regional nordestina e nacional.

    Instalado na rua Costa e Silva, 1304, Santa Rosa, em Campina Grande, o museu não tem apenas discos e CDs. Algumas peças pertencentes ao 'Rei do Baião' também estão expostas como sanfona, jibão, blusões usados pelo maior divulgador da cultura nordestina. O museu conforme contou José Nobre, dispõe ainda de 250 posters, 25 livros sobre a obra de Seu Lula, oito monografias, três dissertações de mestrado e três doutorados, 150 entrevistas, 14 filmes e mais de 500 jingles. O pesquisador conseguiu catalogar 127 discos de 78 rotações, 108 LPs, 45 compactos e 70 CDs reeditados.

    As estátuas de bronze de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro foram construídas próximas ao Açude Velho como forma de homenagear o "Rei do Baião" e o "Rei do Ritmo". No momento, Gonzagão está sentado tocando a sanfona, observando Jackson tocar seu pandeiro. (SL)

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