contador de visitas
contador de visitas contador de visitas
Immobilien Frankfurt http://www.naosalvo.com.br

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A escolha do nome de Gonzaga


Foi numa Sexta-feira, 13 de Dezembro de 1912, lá pras bandas do Exu, a 700 km de Recife, numa casa de barro batido, no Sítio Caiçara, nascia Luiz Gonzaga, o segundo filho de Ana Batista de Jesus (Dona Santana) e Januário José dos Santos.

A escolha do nome de Gonzaga, foi diferente dos oito irmãos, denominados: João, Joca, José, Severino, Aluizio, Socorro, Geni e Chiquinha. Ele deveria se chamar Januário, sobrenome do pai, mas um fato impediu que isto acontecesse. Naquela madrugada de calor, Januário foi para o terreiro da casa, onde soprava o cantarino que vinha do sovaco da serra. Correu uma "zelação" pelo céu, estrela de luz cadente, o velho toma um susto. Santana dá a luz a e o marido desentaboca um tiro de garruncha para anunciar o nascimento do filho, é dia de Santa Luzia e mês que se comemora o nascimento de Cristo. Por nascer no dia 13 o pai dá o nome Luiz em homenagem ao santo do dia e durante o batizado por sugestão do vigário acrescenta-se ao nome Luiz o sobrenome Gonzaga para completar o nome do santo e, ainda, o sobrenome Nascimento por ser o mês do nascimento de Cristo.

Aos sete anos de idade já pegava na enxada, nas horas de folga, ouvia com atenção os sons tirados da sanfona pelo pai, e com dez anos já animava sambas ao lado de Januário, em vários terreiros do Sertão do Araripe. Como todo adolescente, em suas diversões havia também os banhos de rio, as caçadas, os animados dias de feira e o sonho de um dia entrar para o bando de cangaceiros do capitão Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Assim cresceu o filho de Januário, agora sobre a proteção do fazendeiro Manoel Aires de Alencar. As filhas do patrão lhe ensinaram as primeiras letras, a falar corretamente e a comer com talheres. Mais tarde com a ajuda do Senhor Aires, Luiz consegue comprar sua primeira sanfona da marca Veado em Ouricuri-PE.

O maior desejo de Gonzaga era a música, era ser artista. E este impulso aflora ainda mais quando retornava dos bailes em Granito, Baixio dos Doidos, Rancharia e Cajazeira do Faria, onde ia apé, percorrendo doze léguas de ida e doze de volta no compasso da "pataca cruzada" das alpacartas de rabicho e da roupa de brim azul, que lhe enchia de orgulho quando se apresentava nas festas.

Aos dezessete anos Luiz Gonzaga apaixonou-se por Nazarena Milfont (Nazinha), menina de posses pertencente a uma tradicional família de Exu, mas logo o namoro foi proibido, pois para o pai da menina ele não passava de um tocadorzinho. Gonzaga chateado decidiu desafiá-lo, comprou uma faca, tomou umas e outras e saiu para conversar com Coronel Raimundo Diolindo que deu o dito pelo não dito. Enquanto ele se gabava com os colegas, seu Raimundo foi procurar Santana e disse que só não tinha matado Gonzaga por ser seu filho. Quase sem acreditar no que estava ouvindo, Santana procura apoio e segurança nos braços de Geni, sua filha mais velha. Indignada, só pensava em voltar para casa o mais depressa possível. Anoitece e os céus de Exu entoam a ave-maria, meio desconfiado e já pressentindo maus momentos, Gonzaga retorna para casa. Santana Está refugando com Januário e o filho não percebe que ela está muito nervosa, segurando uma forte chibata de jumento. De porta trancada, inteiramente possuída pelo rancor, baixa a chibata no rapaz, ajudada por Januário. Quando finda a sessão de pancadaria, com o lombo ardendo do relho, fugiu para o mato. Por quase uma semana, viveu como bicho do mato, no matagal da Serra do Araripe, enquanto curava as dores da alma e do corpo. Sem conversar com ninguém, apenas medita sobre os rumos de suas futuras estradas. Numa sombria manhã de Domingo ainda recentido pela implacável punição, para ele um justo castigo, faminto e sedento, resolve voltar para casa, acontece o primeiro "olho no olho" com Santana e logo percebe em seus pesarosos olhares, sinais de arrependimento. Luiz Gonzaga mente para a mãe dizendo ter sido contratado para a feira de Crato-CE. Envergonhado de tudo e depois da rápida conversa com a mãe, parte para o Crato deixando para trás seus amigos e o ser primeiro grande amor. Chegando no Crato pega o trem para Fortaleza, onde voluntariamente alista-se no exército. Um ano depois estoura a revolução no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba; o então soldado número 122, corneteiro, segue com o 22.º Batalhão de Caçadores para Souza-PB, ainda em missão segue para o Pará, Ceará, Piauí, para o interior do Rio de Janeiro, belo Horizonte e Campo Grande. Ganha fama no exército e um apelido : bico de aço, por ser um excelente corneteiro. Em Minas conhece Dominguinhos Ambrósio, sanfoneiro que também estava no exército e com quem estudou e aprendeu as músicas mais populares de então. Foi transferido para outra cidadezinha mineira, Ouro Fino, chegando lá se apresentou como sanfoneiro num clube local.

Em 1939 deixa o exército, o então aventureiro segue para São Paulo. Disposto a comprar uma sanfona nova, nesse mesmo ano volta para o Rio de Janeiro, onde daria baixa no exército, passando a se apresentar nos bares cariocas do mangue, tocando fados, foxes, valsas e tangos, em dupla com o guitarrista português, Xavier Pinheiro. Atuava também em cabarés da Lapa e festinhas, além de tocar na rua passando o pires para recolher o dinheiro.

Em 1940 começa a apresentar-se em programas de rádio como calouro, nos programas de: Silvinho Neto e Ari Barroso, apresentando um repertório estrangeiro, foi muito criticado e satirizado, um início muito difícil e sem êxito até o dia em que um grupo de estudantes cearenses comentou que ele deveria se voltar para as músicas do sertão Nordestino. Iniciando-se assim a mais sólida trajetória da música popular brasileira. No programa de Ari Barroso, cantou um chamego de sua própria autoria o "vira e mexe" obteve grande sucesso. A partir daí com a boa receptividade, passou a participar de vários programas de rádio e em 1941, depois de acompanhar Genésio Arruda em gravação, foi convidado a gravar como solista, aceita e dá-se bem. Lançou dois discos pela Victor com uma mazuca, "véspera de São João", duas valsas, numa serenata, "saudades de São João Del Rei" e o "chamego" de sua autoria. Neste mesmo ano seria contratado pela rádio clube do Brasil, mantendo um bom número de participação na rádio de então.

Um pouco mais tarde se transferiria para Rádio Tamoio, continuando a gravar como sanfoneiro na Victor. Em 1943 conseguiu grande êxito com "chamego" uma parceria com Miguel Lima e gravada por Carmem Costa. Todo mundo queria saber o que era o chamego, pois não sabiam se era branco, mulato ou negro. Já era lua ousando em cima de temas populares. Pois nesta época também gravaria pela primeira vez como cantor, lançando a mazurca "dança mariquinha". Outra parceria com Miguel Lima.

Em 1944, há outra mudança, é despedido da Rádio Tamoio, e imediatamente foi contratado pela Rádio Nacional, onde então, o radialista Paulo Gracindo o apelidou de "LUA", por causa do seu rosto redondo. O velho Lua, sanfoneiro arretado de bom continuou compondo com Miguel e conseguindo mais sucesso com as músicas: "dizessete setecentos", um calango gravado pelo cantor Manezinho Araújo.

Em 1945 tornou-se parceiro de Humberto Teixeira, com quem compôs vários dos maiores sucessos de sua carreira. A lista é comprida. Enverga desde "Baião" lançada pelos Quatro Ases e um Coringa, em 1946, com Humberto Teixeira, compõe e grava a primeira de uma série de dezoito parcerias: "NO MEU PÉ DE SERRA", o sucesso é imediato e o seu nome começa a correr o mundo: Europa, EUA, Japão... além de "NO MEU PÉ DE SERRA", com Teixeira compôs, entre outras , "BAIÃO", "ASA BRANCA", "JUAZEIRO", "LÉGUA TIRANA", "ASSUM PRETO", "PARAÍBA" e "RESPEITA JANUÁRIO". Em março de 1947 grava Asa Branca, um de seus maiores sucessos que praticamente veio descontinuar as marzelas nordestinas e quase ganhou gravação dos Beatles.

Além de Nazinha, nomes como: Maria do Egito, Wilma, Odaléia, Santa, Isis, Maria dos Anjos e muitos outros marcaram a vida do cantor. Entre amores passageiros, nascidos da boêmia, e aqueles assumidos formal ou publicamente, em suas andanças como artista cultivou grandes paixões. Paixões estas que mais tarde foi presenteado. Odaléia uma mulher que foi durante muito tempo sua amante, lhe deu um filho o qual por sugestão do pai passou a ser chamado de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior ( Gonzaguinha), e como filho de peixe, peixinho é, este mais tarde de tornaria uma das maiores expressões da música popular brasileira, e ainda neste mesmo ano já separado de Odaléia, no auge do sucesso, Luiz Gonzaga conhece a pernambucana de Gravatá, Helena Neves Cavalcanti, contadora de uma firma carioca. O encontro foi na Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde ela esteve acompanhada de sua mãe Mariêta, em visita ao cantor confessando ser uma das suas grandes admiradores, daí surgiu o namoro, que durou até 16 de julho de 1948, com o casamento dos dois, após ter recebido aprovação de Santana. Esta convivência durou 40 anos apesar de ser uma relação muito difícil, inclusive por conta da presença de sua sogra Mariêta, que passou a morar na companhia do casal até sua morte, interferindo negativamente na vida dos dois, mas Lula soube suportar pacientemente. Outro problema enfrentado por ele no início do casamento foi em relação a Gonzaguinha, Helena recusa-se a criar o mesmo após morte de Odaléia. A outra filha Rosinha foi adotada por imposição de Helena e contra a vontade de Gonzaga. O pai adotivo e Rosinha nunca tiveram um bom relacionamento.

Em 1949, lançou com Humberto Teixeira uma composição de destaque, "Mangaritiba" e depois Paraíba e Baião de Dois. Nessa mesma época, já em Recife, conhece um novo parceiro o médico José de Souza Dantas ( Zé Dantas ), com quem Lua também assina um bom número de sucessos, começaram com "Cintura Fina" e a "Volta da Asa Branca". Três anos mais tarde lançaram "ABC do Sertão" e ainda "Algodão", "Vozes da Seca" e "Paulo Afonso" era a década de ouro do baião. Luiz Gonzaga no auge, com enorme popularidade é consagrado Rei do Baião, gênero que praticamente introduziu e mais do que ninguém divulgou o Baião no centro-sul do país.

Em 1961 participa da festa de São João, no América Futebol Clube, entra para a Maçonaria e junto com Lourival participa de uma caminhada da paz em homenagem a Jânio, Presidente da República. Daí em diante começaria a se afastar do cenário artístico, preferindo refazer o velho caminho. Voltava a se apresentar em cidades do interior, onde continuava muito popular. Em 1962, morre o seu parceiro Zé Dantas, mesmo com a bossa nova e as tendências estrangeiras troando nas rádios, Luiz Gonzaga não perdia a sua pose de Rei. Gilberto Gil citou-o como uma das suas principais influências, ainda no início da sua carreira. Em 1963 conhece o cearense Patativa do Assaré de quem no ano seguinte grava " A TRISTE PARTIDA" sua música predileta a qual ele cita numa entrevista ao jornal Diário do Nordeste.

Durante a década de 70 chegou a ter várias músicas gravadas por outros artistas como: Caetano Veloso, que regravou "Asa Branca" e em março de 1972 fez um show no Teatro Tereza de Raquel- Rio de Janeiro - enfrentando uma platéia formada basicamente de estudantes e artistas . Responsável pela valorização da música nordestina, principalmente o baião, atravessara mais alguns anos para explodir mesmo em pleno êxito anos 80.

Em 1975, num vôo Recife - Brasília, finalmente Gonzaga selou o seu grande último amor, Maria Edelzuita Rabelo, natural de São José do Egito, no Sertão Pernambucano. Ambos haviam se conhecido em 1968, num casamento matuto em Caruaru, quando era a suposta noiva de Otrope, parceiro do conhecido "Coronel Ludugério" e ele o juiz. Mas foi na escala demorada em Salvador que os dois se apaixonaram, começando um romance que ficou no anonimato durante 13 anos.

Em 1980 em Fortaleza canta para o João Paulo II, que lhe agradece "OBRIGADO CANTADOR". Fica agradecido. Em 1981 recebe os dois únicos discos de ouro de toda a sua carreira . Em 1982 decide voltar para sua terra natal e adotando o slogan O Rei Volta Para Casa, realiza uma das maiores festas que o povo de Exu jamais vira. O show foi realizado no Parque Asa Branca com a presença de vários artistas famosos como Elba Ramalho, Fagner e outros. Às apresentações de palco iniciaram-se às 22:00 horas do dia 12 de Dezembro e às 24:00 horas no meio do silêncio começou a queima de fogos e logo em seguida todos juntos artistas e povo de Exu cantam a música de parabéns passagem do seu septuagésimo aniversário. Em 1984 é agraciado com o troféu Nipper de Ouro. Em 1986 vai à França e no dia 06 de julho participa de um espetáculo que reúne cerca de 15 mil pessoas no Halle de La Villete, ao lado de Alceu Valença , Fafá de Belém, Morais Moreira e Armandinho, entre outros artistas brasileiros que integram os Coleurs de Brésil.

Em 1987 atendido pelo médico Amauro Medeiros, depois de vários exames é constatado e histologicamente comprovado o câncer, um carcinoma de próstata imediatamente comunicado a família. Em 1988 o velho Lua, toma a decisão de deixar Helena e no início da doença que o levaria a morte. Passa a dormir sozinho em um dos apartamentos do parque, porque não aguentava mais subir as escadas do seu quarto, no casarão. As dores nas pernas iam a cada dia tornando-se mais frequentes, deixando-o noites em claro sem dormir. E nestes momentos de muita dor e sofrimento que o velho Lua com o coração apertado de saudades de Edelzuita, mesmo com um mal que não conseguia lhe dominar dava umas fugidinhas até o posto de serviço para falar com "meus amor" - como dizia ele. Este mesmo período coincidiu com a doença dela, cujo diagnóstico foi leucemia crônica e não suportando a saudade, a distância e preocupado com a saúde de Edelzuita, além de haver agravado sua enfermidade, o velho cantador resolve romper todas as barreiras e muda-se de vez para o edifício Cerejeira, em Boa Viagem, Recife. Chega dizendo a Edelzuita - "vim cuidar de você, e você cuidar de mim". Assume publicamente a nova mulher, com quem viveu os grandes momentos de sua vida. Um amor sofrido, resignado, "escondido do mundo" de feito de altos e baixos, mas marcado por emoções fortes principalmente quando estavam juntos feito dois adolescentes apaixonados e esquecidos das barreiras que os separavam. Já no fim da vida Gonzaga lamentava não ter tido a coragem de assumi-la, antes por conta de preconceitos e medo de ser submetido aos mais diversos julgamentos.

Dia 06 de junho de 1989 às 22:00 horas, pálido numa cadeira de rodas, ao lado da mulher Edelzuita e do médico particular Paulo Almeida, Gonzaga vestido a caráter, de chapéu de couro e gibão, chega ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, para o último show da sua carreira, cansado e com progressiva perda de memória, já não lembrava se quer de "Asa Branca" um dos primeiros sucessos. Mas era visível naquele momento, a preocupação dele em falar, expressar sua gratidão aos amigos e ao povo que tanto admira - "meus amigos, terminou mais eu quero dizer algumas palavras. Agradeço ao meu querido amigo e professor Aldemar Paiva . Tem outro nome que eu não vou esquecer nunca: Dominguinhos, Waldonys, sanfoneiro da nova geração, Pinto do Acordeon e toda essa turma boa do nordeste. Ninguém vai acabar com o forró. Não vai, porque essa é a música do povo". Quando falou de Exu sua terra natal caiu no pranto. Exu berço do Gonzagão e do forró de pé de serra.

A certeza do Rei do Baião infelizmente não se concretizou: ficou apenas em sua vontade de viver e continuar cantando. A noite do adeus a última presença física no palco.

Na quarta-feira 21 de junho , às 10:00 horas o velho Lua é levado às pressas ao Hospital Santa Joana. Permanecendo internado quarenta e dois dias na UTI, os contratos para a temporada que faria em Pernambuco, Paraíba e Ceará foram todos canceladas. Nos momentos de dor e sofrimento, Gonzaga preferia cantar suas antigas canções, Mesmo na unidade de tratamento intensivo, poucos dias antes de morrer preferiu trocar seus gemidos por estridentes e prolongados aboios que ressoavam pelos corredores, depois dava uma olhadinha para os outros doentes que estavam na UTI, desculpava-se humildemente - "vocês não me levem a mal. Sinto muitas dores gosto de aboiar quando deveria gemer".

Uma pneumonia contraída devido a debilidade física em que se encontrava o cantor e compositor, além da osteoporose que já o afligia, encerrou às 5 horas e quinze minutos do dia 02 de agosto de 1989 a vida, aos 76 anos, o nosso maior cancioneiro Luiz Gonzaga. Seu último suspiro foi ao lado do seu último grande amor Edelzuita. Logo em seguida o corpo do velho cantador é colocado numa ambulância e é levado para o Hospital Osvaldo Cruz a fim de ser formolizado. Do hospital o povo de Recife presta sua última homenagem, saem num cortejo de 15 quilômetros a pé pelas ruas do Recife acompanhando o carro do corpo do corpo de bombeiros para a Assembléia Legislativa, onde ficou exposto à visitação pública até a quinta-feira dia 03, às 8:00 horas Dom Hélder Câmara rezou uma missa de corpo presente. O caixão levando o corpo do rei do Baião sai da Assembléia Legislativa às 9 horas e 46 minutos em cortejo para o Aeroporto dos Guararapes e somente às 13 horas e 16 minutos, depois de quase quatro horas percorrendo as ruas e avenidas do Recife, o corpo chega ao aeroporto e embarca com destino a Juazeiro do Norte-CE e de lá seguiu para sua terra natal inspiração para muitos dos seus sucessos, onde o povo com muita tristeza recebia o corpo do inesquecível cantador e tocador de sanfona, para prestar-lhe a última homenagem. Seu corpo foi velado na Igreja Matriz Bom Jesus dos Aflitos, durante toda a noite ficando exposto à visitação pública para que todos seus fãs pudessem prestar-lhe a última homenagem, foi celebrada uma missa de corpo presente pelo Padre Gotardo e em seguida o corpo sai em cortejo pelas ruas de Exu, acompanhado por uma multidão de fãs: jovens, velhos e crianças cantando suas músicas com muita tristeza e dor, até o cemitério São Raimundo onde foi sepultado.

"Mas quem diria que um moleque bochudo, zambeta, cabeça de papagaio, feio pa peste", acabaria conquistando o mundo como a majestade do Baião.


Biografia por Cida Carvalho

Traduzido do portuques para inglês

It was a Friday, December 13, 1912, there purchases bands Exu, 700 km from Recife, in an adobe house, the site Rascal, born Luiz Gonzaga, the second son of Ana Batista de Jesus (Dona Santana) José dos Santos and Gennaro.

The choice of the name of Gonzaga , was different from the eight children, namely: John, Joca, Joseph Severino, Aluizio, Socorro, Geni and Chiquinha. He should be called Gennaro, father's surname, but a fact prevented this from happening. That night heat, Gennaro went to the yard of the house, where blowing Cantarino coming from the armpit of the mountain. He ran a "zelação" the sky, shooting star of light, the old man takes a fright. Santana gives birth aeo desentaboca husband shot a grommet to announce the birth of his son, is Santa Lucia day and month that celebrates the birth of Christ. For 13 days in the birth parent gives the name in honor of Louis Saint of the day and during the baptized by the vicar's suggestion adds to the name the surname Luiz Gonzaga to complete the name of the saint and also the name for being the Birth months of the birth of Christ.

At seven years old, he took the hoe in his spare time, listened with attention drawn to the sounds of the accordion by his father, and ten years have encouraged sambas alongside Gennaro, several yards in the hinterland of Araripe. Like any teenager, there was also entertainment in their baths in the river, hunting, the lively days of the fair and the dream of one day joining the band of outlaws Captain Virgulino Ferreira da Silva, the Highwayman. Thus grew up the son of Gennaro, now under the protection of farmer Manuel Aires de Alencar. The daughters of the boss taught him the first letters, to speak properly and eating with utensils. Later with the help of the Lord Aires, Luiz able to buy his first accordion at Deer Ouricuri brand-PE.

Gonzaga's greatest desire was music, was an artist. And this impulse emerges even more when he returned the balls in Granite, Shoal of crazy, Ranchi and the Cajazeira Faria, which would only, covering twelve and twelve miles round trip back in time with the "cross-pataca" alpacartas of the tail and clothing blue jean, which filled him with pride when he performed at parties.

At seventeen Luiz Gonzaga fell in love with Milfont Nazarene (Nazinha), girl of possessions belonging to a traditional family of Exu, but soon the dating was banned, because for the girl's father he was only a tocadorzinho. Upset Gonzaga decided to challenge him, he bought a knife, and took each other and went to talk to Colonel Raymond said that he gave diol by unsaid. As he boasted to colleagues, Raimundo Santana was looking for and said he had not only killed his son to be Gonzaga. Hardly believing his ears, Santana seeks support and security in the arms of Geni, his eldest daughter. Indignant, thought only of returning home as soon as possible. Night falls and the skies of Exu sing the Ave Maria, already sensing a little suspicious and bad times, Gonzaga returns home. Santana's refuge with Gennaro and his son does not realize that she is very nervous, holding a strong whip the donkey. Door locked, fully owned by bitterness, low to whip the boy, helped by Gennaro. When the session ends of beatings, burning with the back of the appliance, fled into the bush. For nearly a week, lived like wild animals in the thicket of Serra do Araripe, and healing the pains of the soul and body. Without talking to anyone, just meditate on the direction of future roads. In a gloomy Sunday morning still fresh over the relentless punishment, a just punishment for him, hungry and thirsty and decided to return home, the first "eye to eye" with Santana and soon realizes in his sorry looks, signs of repentance. Luiz Gonzaga mind to his mother saying he had been hired for the fair in Crato-CE. Ashamed of everything and after short conversation with her mother, goes to the crater left behind his friends and being the first great love. Arriving in Crato takes the train to Fortaleza, where voluntarily enlists in the army. A year later the revolution broke out in Rio Grande do Sul, Minas Gerais and Paraiba, the then number 122 soldiers, bugler, follows with 22. Battalion of Hunters to Souza-PB, still goes to the Mission Para, Ceara, Piaui to the interior of Rio de Janeiro, Belo Horizonte and Campo Grande. Gain fame in the army and a nickname, steel-toed, being an excellent trumpeter. In Minas knows Dominguinhos Ambrose, accordionist who was also in the army and with whom he studied and learned the most popular songs of the time. He was transferred to another mining town, Ouro Fino, arriving accordionist himself as a local club.

In 1939 the army leaves, the adventurous then goes to Sao Paulo. Willing to buy a new accordion, the same year back to Rio de Janeiro, where he would retired from the army, going to perform in Rio de Janeiro bars of the swamp, playing fado, fox trots, waltzes and tangos, a duet with guitarist Portuguese, Xavier Pinheiro. Also acted in cabarets and parties of Lapa, in addition to playing in the street passing the saucer to collect the money.

In 1940 begins to appear on radio as a freshman in the program: Silvinho Neto and Ari Barroso, introducing a foreign repertoire, was highly criticized and satirized, beginning a very difficult and unsuccessful until the day that a group of Ceará students commented that he should return to the music of the Northeast. Thus began the most solid track record of Brazilian popular music. Ari Barroso in the program, sang a cuddle of her own to "turn and move" a great success. From there with a good reception, has participated in various radio programs and in 1941, after accompanying Genésio Arruda on record, was invited to record as a soloist, accept and get along well. By Victor released two albums with a mazuca, "Eve of Saint John", two waltzes, a serenade, "miss São João del Rei" and "cuddle" of his own. In the same year was hired by the radio club in Brazil, holding a good number of participation in the radio then.

A little later moved to Radio Tamoio, continuing to record as the accordionist Victor. In 1943 achieved great success with "cuddle" a partnership with Miguel Lima and recorded by Carmem Costa. Everyone wanted to know what was the cuddle, they did not know if it was white, black or mulatto. It was over the moon daring popular topics. For this time also first recorded as a singer, releasing the mazurka "dance sissy". Another partnership with Miguel Lima.

In 1944, another change is dismissed from Radio Tamoio, and immediately was hired by Rádio Nacional, where then the radio Gracindo dubbed Paul "Moon" because of his round face. The old Moon, accordionist arret continued good writing with Michael and achieving more success with the songs: "dizessete seven hundred," a lizard recorded by singer Manny Araujo.

In 1945 he became partner Humberto Teixeira, who composed several of the biggest hits of his career. The list is long. He wears long "bay" launched by the Four Aces and a Joker in 1946 with Humberto Teixeira, composes and writes the first of a series of eighteen partnerships: "IN MY FOOT OF MOUNTAIN", success is immediate and your name starts to run the world: Europe, USA, Japan .. beyond "IN MY FOOT OF SERRA," Teixeira wrote, among others, "Bay", "Asa Branca", "Juazeiro", "A league TIRANA," "Assum Preto", "Paraiba" and "RESPECT JANUÁRIO." In March of 1947 records Asa Branca, one of his biggest successes came almost discontinue Marzel Northeast and nearly won Beatles recording.

Besides Nazinha, names like Mary of Egypt, Wilma, Odalis, Santa, Isis, Lady of the Angels and many others marked the life of the singer. Among passengers love, born of bohemian, and those made formally or publicly, in his wanderings as an artist grew great passions. Those passions which later was presented. Odalis a woman who has long been his mistress bore him a son who at the suggestion of his father came to be called Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (Gonzales), and as like father like son, this later become a of the greatest expressions of Brazilian popular music, and even in the same year as separate Odalis at the height of success, Luiz Gonzaga knows of Pernambuco Gravesend, Helena Neves Cavalcanti, an accountant firm in Rio. The meeting was on Radio National, of Rio de Janeiro, where she was accompanied by her mother Marietta, visiting the singer confessing to be one of his great admirers, then came the courtship, which lasted until July 16, 1948, with marriage of two, after receiving approval of Santana. This coexistence lasted 40 years despite being a very difficult, even because of the presence of her mother Marietta, which became the couple live in the company until his death, negatively affect the lives of two, but Lula learned to endure patiently. Another problem for him early in their marriage was over Gonzales, Helen refuses to create the same after the death of Odalis. The other daughter Rosie was adopted by Helen and against imposition of the will of Gonzaga. The adoptive father and Rosie never had a good relationship.

In 1949, launched with Humberto Teixeira highlight a composition, "Mangaritiba" and then Paraíba and the Bay of Two. At the same time, as in Recife, a new partner knows the doctor José de Souza Dantas (Zé Dantas), with whom Moon also sign a number of successes, beginning with "waist" and "Volta da Asa Branca". Three years later he released "ABC of the Hinterland," and "Cotton", "Voices of Drought" and "Paulo Afonso" was the golden decade of the ballad. Luiz Gonzaga at its peak, is devoted to the enormous popularity of the King Baião, genre and introduced almost more than anyone released the ballad in the center-south.

In 1961 participates in the feast of St. John in the American Football Club, joins the Freemasons and Lourival along with participating in a peace walk in honor of Quadros, President of the Republic. Thereafter begin to move away from the art scene, preferring to redo the old way. Returned to perform in cities, where she had been very popular. In 1962, your partner dies Zé Dantas, even with bossa nova and trends in foreign radios roaring, Luiz Gonzaga did not lose his pose of Gilberto Gil King cited it as one of their main influences, still in its early career. In 1963 Ceará Patativa know who's in Bakersfield next year he recorded "THE SAD DEPARTURE" his favorite song which he cites an interview with the newspaper Diario do Nordeste.

During the 70's even had several songs recorded by other artists such as Caetano Veloso, who re-recorded "Asa Branca" and in March 1972 did a show at Teatro Tereza Rachel-Rio de Janeiro - facing an audience made up primarily of students and artists. Responsible for the valuation of Northeastern music, especially the ballad, crossed a few more years to go off even in 80 years full success.

In 1975, a flight Recife - Brasilia, Gonzaga finally sealed his last great love, Mary Edelzuita Rabelo, a native of St. Joseph of Egypt, in the Pernambuco backwoods. Both had met in 1968, a hillbilly wedding in Caruaru, when it was supposed Otrope bride, a partner of known "Colonel Ludugério" and he will judge. But it was delayed in Salvador on the scale that the two fell in love, beginning a romance that was in obscurity for 13 years.

In 1980 in Fortaleza sings to John Paul II, thank you "THANK Cantador". Is thankful. In 1981 he received the only two gold records for his entire career. In 1982 decides to return to their homeland and adopting the slogan King back home, one of the biggest parties held that the people of Eshu had ever seen. The show was held at Asa Branca Park attended by many famous artists like Elba Ramalho, Fagner and others. At stage performances began at 22:00 pm on Dec. 12 and 24:00 hours in the stillness fireworks started and soon all together artists and people of Exu sing the song of congratulations passage of his seventieth birthday. In 1984 the trophy is awarded Golden Nipper. In 1986 and going to France on 6 July attends a show that brings together about 15,000 people in the Halle de la Villette, along with Alceu Valenca, Fafa de Belém, Morais Moreira and Aerosmith, among other artists who integrate Coleurs the Brésil.

In 1987 Amaury Medeiros see the doctor, after several tests and is seen histologically confirmed cancer, a prostate cancer family immediately reported. In 1988 the old moon, takes the decision to leave Helena and the onset of the disease that would lead to death. Goes to sleep alone in an apartment of the park because she could not stand up the stairs to her room, in house. The leg pains were every day becoming more frequent, leaving him sleepless nights without sleep. And in these moments of great pain and suffering that the old moon with a heavy heart Edelzuita to miss, even with an evil that could not give you master each fugidinhas to the service station to talk with "my love" - ​​as he said. This same period coincided with her disease, whose diagnosis was chronic leukemia and not supporting the longing, distance, and worried about the health of Edelzuita, besides having aggravated his illness, the old singer decides to break all barriers and move from Cherry time for the building, in Boa Viagem, Recife. Enough telling Edelzuita - "come after you, and you take care of me." Publicly takes new wife, with whom he lived the great moments of his life. A love suffered, resigned, "hidden from the world" made of ups and downs, but marked by strong emotions, especially when they were together like two teenagers in love and oblivious to the barriers that separated them. By the end of life Gonzaga regretted not having had the courage to take it before because of prejudice and fear of being subjected to the judgments of various kinds.

Day June 6, 1989 at 22:00 hours, pale in a wheelchair, beside his wife and physician Edelzuita Paulo Almeida, Gonzaga dress the character, leather hat and leather jacket, arrives at the Teatro Guararapes Center Pernambuco Convention for the last show of their career, tired and progressive loss of memory, no longer wants to be reminded of "Asa Branca" one of the first successes. But it was visible at that time, his concern to speak, to express his gratitude to friends and people he admired so much - "My friends, I mean more over a few words. I thank my dear friend and teacher Aldemar Paiva. There's another name that I will not ever forget: Dominguinhos, Waldonys, accordionist of the new generation, Pinto do Acordeon class and all that good in the northeast. No one will end up with forró. It will not, because that is the music of the people. " When he spoke of his native Exu fell into mourning. Exu Gonzagão and the birthplace of forró pé de serra.

The certainty of the King of Baião unfortunately not been realized: it was only in his will to live and continue singing. The night's last goodbye to the physical presence on stage.

On Wednesday, June 21 at 10:00 hours the old moon is rushed to the Santa Joana Hospital. Staying forty-two days hospitalized in the ICU, the contracts for the season that would in Pernambuco, Paraiba and Ceara were all canceled. In moments of pain and suffering, Gonzaga would rather sing their old songs, even in the intensive care unit, just days before his death decided to give her a loud and prolonged cries that resounded through the halls aboio, then gave a look to other patients who were ICU, humbly apologized - "you do not get me wrong. I like a lot of pain when it should aboio moaning".

Pneumonia contracted because of physical weakness that was the singer and composer, in addition to osteoporosis already afflicted, ended at 5 o'clock and fifteen minutes a day August 2, 1989 life at age 76, our greatest songbook Luiz Gonzaga. His last breath was next to his last great love Edelzuita. Soon after the body of the old singer is placed in an ambulance and was taken to the Hospital Oswaldo Cruz in order to be embalmed. The people of the hospital pays her respects Recife, leaving a trail of 15 km walk through the streets of Recife following the car's body from the fire department to the Legislative Assembly, where he was exposed to the public Thursday to 03 days , at 8:00 AM Dom Helder Camara said a Mass of Christian Burial. The coffin carrying the body of the king of Baião leaves the Legislature at 9 hours and 46 minutes in procession to the Guararapes Airport and only at 13 hours and 16 minutes, after nearly four hours through the streets and avenues of Recife, the body arrives at the airport and shipped to Juazeiro do Norte-CE and from there went to his hometown inspiration for many of their successes, where the people received with great sadness the body of the unforgettable singer and accordion player, to provide you with the respects. His body was veiled in the Bom Jesus Church of the Afflicted, all night getting exposed to the public for all their fans could pay their last respects, was celebrated a Mass of Christian Burial for Father Gotthard and then leaves the body in procession through the streets of Exu, accompanied by a crowd of fans: young, old and children singing songs with much sadness and pain, to the cemetery where he was buried São Raimundo.

"But who knew a kid bochudo, zambeta, parrot head, ugly pa pestilence" would conquer the world as the majesty of Baião.


Biography by Cida Carvalho

Um comentário:

  1. Cresci no sertão do Piauí, ouvindo as músicas do Luiz Gonzaga. Sempre gostei muito do rítimo baião, é muito bom para dançar e sempre gostei muito de dançar.

    ResponderExcluir